quinta-feira, 6 de setembro de 2007

ISRAEL

ISRAEL
Heb. e Aramaico Yisra’el, “Deus contende”.

O nome aparece pela primeira vez em textos cuneiformes de Ebla no período pré-patriarcal. Mais tarde, aparece como Ysr’l na Pedra Moabita e em ugarítico como Ysr’il. Pode-se encontrar o nome de Israel (Isr’r) na coluna israelita de Merneptah, sendo que o segundo r representa o l hebraico, para o qual a ortografia egípcia não tem qualquer caracter; Gr. Israel.
As dez tribos do norte que se separaram, numa altura em que a monarquia ainda unia todo o país em 931 AC e opondo-se ao reino do sul - Judá (1Rs 12:1,16,19>>). A posição dominante de Judá entre as doze tribos predispôs as outras contra a casa reinante de David e Salomão. Os impostos opressivos cobrados por Salomão com o fim de manter a sua luxuriosa corte e destinados à construção de edifícios magníficos e outras obras públicas, assim como a influência mundial do seu exemplo pessoal contribuíram para fazer diminuir ainda mais os laços ténues que uniam todo o reino. A política austera de Roboão, filho e sucessor de Salomão, levou as dez tribos à separação em 931 a.C, fazendo de Jeroboão rei (1Rs 12:1-24). A fim de consolidar o seu domínio, Jeroboão estabeleceu uma nova religião na qual ele misturou a adoração a Jeová e a adoração ao bezerro do Egipto, para fazer com que as pessoas se esquecessem de Jerusalém, do templo e da casa de David (1Rs 25 a 33). Tal como um vírus, a influência desta religião infectou o novo reino e fez com que o povo virasse costas ao verdadeiro Deus. Mais tarde, sob o domínio de Acabe, o culto a Baal passou a ser promovido (1Rs 16:30-32>>). Apesar dos esforços zelosos dos profetas, tais como Elias, Eliseu, Jonas, Amós e Oséias, o reino do norte nunca passou por uma experiência de reforma genuína, como aconteceu com Judá durante o reinado de Josafat no século IX a.C., de Ezequias no século VIII AC e de Josias no século VII AC. Toda a história israelita até à sua ruptura em 723/22 a.C. foi uma constante apostasia e corrupção. Em contraste com a única dinastia de Judá, com os seus vinte reis - reflectindo a estabilidade que sempre caracterizou o reino do sul - as condições religiosas, políticas e sociais deteriorantes que prevaleceram em Israel fizeram surgir várias dinastias e vinte reis subiram ao trono num período de tempo com uma duração menor em cerca de 2/3 (as datas aqui fornecidas são aproximadas).
Durante o seu reinado de 22 anos, Jeroboão I (931-910 a.C.) viu-se envolvido em várias guerras com Roboão de Judá e sofreu uma invasão egípcia que o prejudicou bastante. A sua dinastia terminou com a morte do seu filho Nadabe (910-909 a.C.), perpetrada por Baasa (909-886 a.C.), cujo reino foi marcado pelas guerras contra Judá e a Síria. Com a morte do filho de Baasa - Elá (886-885 AC) - levada a cabo por um dos seus capitães, Zinri (que reinou durante sete dias em 885 a.C.), terminou a segunda dinastia de Israel. Um golpe militar levado a cabo por Onri (885-874 a.C.), que se encontrava em campanha na terra dos filisteus, pôs fim ao breve reinado de Zinri. Tibni, um rival de Onri na subida ao trono, não demorou a ser eliminado e Onri fundou uma dinastia que sobreviveu durante 44 anos. Ao escolher o facilmente fortificável monte de Samaria, Onri deu a Israel uma capital impugnável. Por isso, quando foi cercada anos mais tarde, só capitulou quando a água e a comida acabaram. Onri estabeleceu cordiais relações comerciais e políticas com a Fenícia e combinou casar o seu filho Acabe com Jezabel, filha do rei de Tiro. De acordo com a Pedra Moabita, erigida pelo rei Messa, dos Estados Moabitas, Onri subjugou Moabe e transformou este país num tributário seu.
Com a ascensão de Acabe (874-853 a.C.) ao trono, Israel deu um passo importante em direcção à apostasia ainda mais profunda, em grande parte por causa da sua fraqueza de carácter e da política agressiva da sua esposa fenícia - Jezabel. Ela mostrou-se determinada em erradicar do país a adoração a Deus e em fazer da adoração a Baal a religião nacional de Israel. Neste momento de crise espiritual, os profetas Elias e Eliseu defenderam ousadamente a fé dos seus pais. O reinado de Acabe experimentou um certo grau de prosperidade material e sucessos militares. Coligado com Benadade, de Damasco e também com outros reis, ele refreou temporariamente o avanço ocidental dos assírios na famosa batalha de Qarqar em 853, mas perdeu a sua vida pouco depois, numa tentativa fútil de tomar Ramote-Gileade (1Rs 22). Acazias, o filho de Acabe (853-852 a.C.), sucedeu-lhe no trono, tendo depois o seu irmão Jorão ocupado o lugar vago (852-841 a.C.). Este último tentou perpetuar a hegemonia israelita sobre Moabe (2Rs 3:4-27) e envolveu-se, ele próprio, numa série de batalhas não muito bem sucedidas contra os sírios (2Rs 6 e 7). Enquanto recuperava, em Jezreel, das feridas que lhe tinham sido infligidas nestas batalhas, foi assassinado pelo capitão do seu exército - Jeú -, que arrasou completamente a casa de Onri, incluindo Jezabel, nomeando-se rei (2Rs 8:28, 29; 2Rs 9:24 a 10:17).
A dinastia fundada por Jeú (841 - 814 AC) durou noventa anos, ou quase metade de todo o período da história de Israel enquanto reino separado. Jeú erradicou do país a adoração a Baal mas as suas reformas não tocaram na adoração do bezerro, estabelecido por Jeroboão. Jeú tornou-se voluntariamente num vassalo da Assíria, pagando tributo a Salmanezer III, provavelmente em troca de assistência contra Hazael, da Síria. Durante o reinado de Joacaz (814- 798 AC), filho e sucessor de Jeú, Israel esteve quase constantemente em guerra contra a Síria levando o reino a um estado de impotência. Ao suceder ao seu pai Joacaz, Joás (798-782 AC) recuperou toda a área que ele perdera para os sírios. Joás viu-se também forçado a entrar em guerra contra Judá, tendo capturado o seu rei. Entrou em Jerusalém e levou consigo para Samaria uma grande quantidade de tesouros e exilados (2Rs 14:8-14). Aparentemente para promover a continuidade do seu reino, associou-se ao seu filho no trono durante doze anos (793-782 AC). Depois da morte de Joás, Jeroboão II gozou de um longo e próspero reinado de quase trinta anos (782-753 AC), durante o qual recuperou, com excepção do território de Judá, praticamente todo o território que Israel perdera desde a era dourada de David e Salomão (2Rs 14:23-27). Um período de fraqueza política por que passaram as nações vizinhas de Israel, nessa altura, não permitiu que elas tomassem qualquer tipo de medida de contra-ataque. Tal como o livro de Oséias mostra, a enganosa prosperidade material e política que marcou o reinado de Jeroboão II foi acompanhada por uma grande corrupção moral e social. O seu filho Zacarias reinou somente durante seis meses (753-752 AC), antes de ser assassinado por Salum (2Rs 15:8-12). Seguiu-se à morte de Zacarias um período de trinta anos de anarquia política e caos social. Após a queda da dinastia fundada por Jeú, surgiram cinco reis em rápida sucessão. Salum (752 AC), o assassino de Zacarias, foi, por seu turno, assassinado por Menaem após um breve reinado de apenas um mês. Menaem (752-742 AC) suprimiu cruelmente toda a oposição ao seu governo e aumentou excessivamente os impostos, a fim de poder livrar-se de Tiglath-Pileser III da Assíria, utilizando esse dinheiro (2Rs 15:19, 20). Quase no fim do reinado de Menaem, Israel perdeu mais uma vez o território recuperado por Jeroboão II. Pecaías, o filho de Menaem, ocupou o trono durante dois anos (742-740 AC), tendo sido assassinado por Peca (740-732 AC) que, ou reclamara já o trono durante os doze anos precedentes, ou fora um rei rival desde a morte de Zacarias ou de Salum em 752. Peca estabeleceu uma aliança com a Síria para uma campanha conjunta contra Jerusalém, que não foi bem sucedida. Esta campanha destinava-se provavelmente a fazer com que Acaz se juntasse a eles contra a Assíria (2Rs 15:37; 2Rs 16:5-9). Por sua vez, Acaz procurou e conseguiu ajuda de Tiglath-Pileser. Peca perdeu para a Assíria os seus territórios a norte e a este (2Rs 15:29). O seu reinado inglório terminou com o seu assassinato, perpetrado por Oséias (732-722 AC), que lhe sucedeu como vigésimo e último rei de Israel. Uma aliança desesperada com o rei egípcio de Sais não impediu a dissolução do seu reino e a captura da sua capital, Samaria, levada a cabo por Salmanezer V, ou Sargon II (723/22 AC). Assim, o reino de Israel teve um trágico fim, sendo testemunha do destino de uma nação que se recusou a andar nos caminhos de Deus.
( Seventh-Day Adventist Bible Dictionary )

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