sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Valorize o Que você tem !!!


Valorize o que você tem !!!
Existe um hino que diz:

Quero que valorize o que você tem.....
Nada de ficar sofrendo angústia e dor neste teu complexo interior.....
O espírito Santo se move em você......
Você tem valor.

Todos nós que aceitamos a Cristo um dia como nosso único e suficiente salvador, temos um valor inestimável, e o preço que valemos, foi pago com sangue, sangue do cordeiro imaculado Jesus Cristo.

Infelizmente, muitos tem se esquecido deste valor e tendo dado ouvidos a doutrinas enganadoras enfatizadas pelo inimigo de nossas almas, conhecido pelo nome de Satanás.

Muitos são os argumentos que poderia usar para ressaltar o valor que você e eu temos, mas vou me pautar apenas no fator principal, que é o fato de Jesus ter dado a sua vida para nos redimir.

O Inimigo de nossas almas conheceu o céu e tudo que nos espera, sabe também da veracidade da bíblia, mas o objetivo principal dele é que como já está derrotado, pretende levar a derrota a muitos outros.

Se temos valor, temos que fazer valer este valor, indo contra o que Satanás deseja, e indo de encontro ao que Cristo quer.

Pecar voluntariamente é não se dar valor, Desistir de servir a Jesus e curtir as coisas hodiernas que o mundo oferece, é não se dar valor, Fornicar é não se dar valor, adulterar é não se dar valor, roubar é não se dar valor, mentir é não se dar valor, fofocar da vida alheia é não se dar valor.

Pecando estamos novamente crucificando a Cristo. Reflita nesta mensagem simples, e de valor ao Espírito Santo que está dentro de você, valorize o que você tem e dê frutos, pois aqueles que dão frutos não serão extirpados da videira verdadeira JESUS.

Deus vos abençoe

Airton Mendes da Hora
Comunidade ORKUT PARA CRISTO

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Saiba Mais Sobre a Oração


Saiba Mais Sobre a Oração

Oração é algo sério, especifico, objetivo, e segue regras e princípios estabelecidos na Palavra de Deus. É a tentativa de orar em desarmonia com eles que resulta em uma experiência frustrante de não ver as orações e súplicas respondidas. Paulo declara em Efésios 6:18:
"Com toda oração e súplica, orando em todo o tempo no espírito e para isto vigiando com toda a perseverança e súplica por todos os santos."

A Bíblia de Jerusalém traduz: "Com orações e súplicas de toda a sorte orai em todo o tempo..." A tradução de J. B. Phillips diz: "Orai sempre com toda a sorte de orações..."; a Bíblia Amplificada traduz: "Orai em todo tempo - em cada ocasião, em cada época - no espírito, com toda (maneira de) oração e súplica."
Há diversos tipos ou espécies de oração e cada um deles segue princípios claros. Há regras estabelecidas na Palavra de Deus para esses diferentes tipos de oração. E é aqui onde há grande confusão. Costumamos definir nosso relacionamento com Deus em uma palavra: oração. Tudo o que Lhe dizemos ou pedimos chamamos "oração". Sim, tudo é oração. É preciso, contudo, saber: Há diversos tipos de oração.

Há orações que não buscam necessariamente alguma coisa de Deus. Outras visam alterar uma circunstância em nossa vida ou na vida de terceiros. A todas elas Deus deseja ouvir.

"Ó Tu que escutas as orações, a Ti virão todos os homens" (Sl. 65:2), pois "A oração dos retos é o Seu contentamento" (Pv, 15:8b).

Níveis de Oração
Poderíamos classificar as orações em três níveis diferentes: Deus, nós e os outros. Dentro de cada um desses níveis há diversos tipos de oração:

1 - Deus como centro das nossas orações
Há orações que são dirigidas a Deus, visando Deus mesmo, o que Ele é, o que Ele faz e o que Ele nos tem feito.
Outra coisa não buscamos, senão apresentar-Lhe nossa gratidão, louvor e adoração. Dentro deste nível temos três tipos de oração:
1° - Ações de Graça - A expressão do nosso reconhecimento e gratidão a Deus pelo que Ele nos tem feito. Basicamente é a oração que expressa gratidão a Deus pelas bençãos que Ele tem derramado sobre nós.
2° - Louvor - A oração de louvor é um passo além das ações de graça. São expressões de louvor a Deus pelo que Ele faz. Louvar é reunir todos os feitos de Deus e expressá-los em palavras, numa atitude de exaltação e glorificação ao Seu Nome, que é digno de ser louvado.
3° - Adoração - O tipo de oração que exalta a Deus pelo que Ele é. É a entrada no Santo dos Santos para responder ao amor do Pai. Ali nada fala do homem, mas dEle. É o reconhecimento do que Ele é. É a resposta do nosso amor ao amor Divino.

2 - Nós mesmos como o centro das orações
Aqui vamos a Deus para apresentar necessidades pessoais. Embora falando com Deus, o foco da atenção é a satisfação de nossas necessidades. Vamos a Deus em busca de uma resposta para a alteração de alguma circunstância em nossa vida. Nesse nível temos também três tipos de oração:
1° - Petição - É "um pedido formal a um poder maior". É a apresentação a Deus de um pedido, visando satisfazer uma necessidade pessoal, tendo como base uma promessa de Deus.
Nesse tipo de oração já temos o conhecimento de qual é a Sua vontade, pelo que o pedido será feito em fé, com a certeza da resposta, antes mesmo da sua manifestação, de acordo com Marcos 11:24.
2° - Consagração ou Dedicação - É uma atitude de submissão à vontade de Deus. Essa oração é para as ocasiões em que a vontade de Deus é desconhecida. Exige espera, consagração e inteira disposição de conhecer e seguir a vontade do Pai.
3° - Entrega - É a transferência de um cuidado ou inquietação para Deus. É lançar o cuidado sobre o Senhor, com um consequente descanso. Essa oração é feita quando um cuidado, um problema ou inquietação. nos bate à porta.

3 - Os outros como centro das nossas orações
Aqui vamos a Deus como sacerdotes, como intercessores, levando a necessidade de outra pessoa. Nosso motivo primeiro é ver as circunstâncias alteradas na vida de outrem. Esta é a oração de intercessão. Interceder é colocar-se no lugar de outro e pleitear a sua causa.

Formas de Oração
Todos os tipos de oração podem ser levados a Deus de três formas: Através da oração privada, da oração de concordância ou da oração coletiva.
l - Oração Privada (Mt. 6:6). Cada filho de Deus tem direito de entrar em Sua presença, com confiança, e apresentar-Lhe a oração da fé (Hb. 4:16). Nessa forma de oração só o Espírito de Deus é testemunha. Ela pode ser feita apenas no coração, ou em palavras audíveis.
2 - Oração de Concordância (Mt. 18:18-20).. Aqui, dois ou três se reunem em comum acordo sobre o que pedem a Deus. Há um poder liberado através da concordância, de acordo com Dt. 32:30.
3 - Oração Coletiva (At. 4:23-31). Esta é feita quando o Corpo se une em oração. É uma oração de concordância com um número maior. Quando um corpo de cristãos levanta sua voz a Deus, unânime, não só na palavra ou expressão, mas no mesmo espírito, como na Igreja de Jerusalém, há uma grande liberação do poder de Deus.

Recursos de auxílio à oração
Toda vida e manifestação do poder de Deus é o resultado da união entre o Espírito Santo e a Palavra de Deus. Esses dois grandes recursos à nossa disposição para o exercício espiritual da oração, levam-nos a uma experiência feliz em nosso relacionamento com Deus. Seu poder começa a ser demonstrado em grande medida em nossas vidas e na vida daqueles por quem intercedemos: Esses recursos são: o uso da Palavra e a dependência do Espírito Santo na oração.

l - Orando a Palavra - Orar a Palavra é tomar a promessa de Deus e leva-la de volta a Ele, através da oração, no espírito de Isaías 62:6-7. Quem ora a Palavra já começa com a resposta. A vontade de Deus é a Sua Palavra e toda oração de acordo com Sua vontade, Ele ouve. A Palavra elevada a Deus em oração, não voltará vazia (Is. 55: l0-11).
2 - Orando no Espírito (1 Co. 14:14; Ef. 6:18; Jd. 20) - Em áreas conhecidas pela mente, podemos aplicar a Palavra escrita, orando de acordo com o nosso entendimento. Mas, quando chegamos ao limite da mente, o Espírito Santo vem em nosso auxílio (Rm. 8:26-27). Podemos orar no espírito, pelo Espírito de Deus, e isso, para além de um recurso tremendo, pois oramos em linha com o coração do Pai, é uma arma poderosa contra as forças das trevas.

Armas de Combate na Oração
A oração tem terríveis inimigos no reino das trevas, mas Deus nos deu os recursos inesgotáveis da Sua graça para nos conduzir em triunfo. Daniel 10:12-21 revela o conflito espiritual para impedir a resposta às nossas orações. Efésios 6: l0-18 deixa claro que a oração tem seu lado de batalha, mas 2 Coríntios 10:4-5 revela-nos que temos armas, da parte de Deus, para vencer essa batalha. Jesus nos deu autoridade de ligar e desligar (Mt. 18:18). Podemos lançar mão dessa autoridade e declarar guerra às forçàs de Satanás, enfrentando-as:
l - Na autoridade do nome de Jesus, a Quem tudo está sujeito (Lc. 19:29 e Mc. 16:17).
2 - Com a arma de combate, que é a Palavra de Deus (Ef. 6:17).
3 - Sob a cobertura do sangue de Cristo e no poder do Espírito Santo (Ap. 12:11 e Lc. 4:14). O inimigo será vencido por um poder maior (Mt. 12:29), pois "Maior é Aquele que está em nós... "(1 Jo. 4:4).
Enfrentamos o inimigo falando diretamente a ele, exercendo nossa fé na obra do Calvário. "Resisti ao diabo e ele fugirá de vós" (Tg. 4:7).

Vitória Pessoal
Antes que você possa ser um intercessor bem sucedido, precisa aprender a andar em vitória e a encontrar resposta para as suas próprias orações. Eis porque recomendamos que primeiro sejam estudados os diversos tipos de oração.
Todo conhecimento deve ser posto em prática, para que produza seu efeito. Temos aconselhado os guerreiros a se exercitarem no uso dos diversos tipos de oração, gastando uma hora com Deus, de forma organizada, a fim de ajudar a formação de um hábito e disciplina de orar de acordo com os princípios estabelecidos pela Palavra de Deus.

Obstáculos à Oração Respondida
As promessas de Deus são condicionais. Para que alcancemos respostas positivas às nossas orações, há todo um caminho de obediência. Deixaremos aqui alguns tópicos para seu estudo pessoal, sobre os inimigos da oração. Estude-os e certamente lhe trarão muita luz.

"Para que não se interrompam as vossas orações." (l Pe. 3:7b).

1. Relacionamentos errados na família (I Pe 3:1,7). O não cumprimento dos deveres dos cônjuges um para com o outro, impede o fluir das orações. A vida conjugal deve ser posta diante de Deus. Quando as orações não estão sendo respondidas, pode haver falha no relacionamento.

2. Espírito não perdoador (Mc 11:25). Nossas citações são ouvidas na base de que nossos pecados estão perdoados; mas Deus não pode tratar conosco sobre tal base de perdão, enquanto nós guardamos o mal, o espírito de animosidade ou de vingança contra aqueles que nos ofenderam. Qualquer que guarda espírito de rancor ou mágoa contra alguém, fecha os ouvidos de Deus para sua própria petição.

3. Contenda (Tg. 3:16). A contenda é simplesmente agir movido pela falta de perdão. Paulo declara que por causa de contendas Satanás pode tornar cristãos prisioneiros de sua vontade.
A ausência de contenda é a chave para afastar a confusão e o mal. Dê a Deus a oportunidade de criar um sistema de harmonia em volta de você e sua vida de oração começará a funcionar.

4. Motivação errada (Tg. 4:3). Um sério obstáculo à oração é pedir a Deus coisas que realmenle não necessitamos, com o propósito de satisfazer desejos egoístas. "Quer comais, quer bebais, fazei tudo para a glória de Deus" (I Co, 10:31).
Podemos orar por coisas em linha com a vontade de Deus, mas se o motivo for errado, não haverá resposta. O propósito primeiro da oração deve ser a glória de Deus.

5. Toda a forma de desobediência a Deus (Is, 59:1,2). Uma atitude de rebeldia ou desobediência à Palavra de Deus fecha os Céus para nós. Qualquer pecado inconfessado torna-se inimigo da oração. Uma vida de obediência, porém, abre o caminho à resposta de Deus "e aquilo que pedimos, d'Ele recebemos, porque guardamos os Seus mandamentos, e fazemos diante d'Ele o que Lhe é agradável" (1 Jo. 3:22).

6. Ídolos no coração (Ez, 14:3). Ídolo é toda e qualquer pessoa ou coisa que toma o lugar de Deus na vida de alguém. É aquilo que se torna o objeto supremo da afeição. Aquilo que mais ocupa o nosso pensamento. Deus deve ser supremo em nossa vida.

7. Falta de generosidade para com os pobres e o trabalho de Deus (Pv. 21:13). A recusa de ajudar o que se encontra em necessidade, quando podermos fazê-lo, impede a resposta às nossas orações.

8. Dúvida e incredulidade (Tg, 1:5-7). A dúvida é ladra da bênção de Deus. A dúvida vem da ignorância da Palavra de Deus. A incredulidade é quando alguém sabe que há um Deus que responde às orações, e ainda assim não crê em Sua Palavra. E não crer nas promessas é duvidar do caráter de Deus.

9. Uma disposição de ler sobre oração e sobre a Bíblia, em vez de estudar a Palavra e entrar na arena da oração. A oração é a maior e mais santa das vocações. Saber sobre oração não garante a resposta, mas o pôr a Palavra em operação para receber de Deus aquilo que Ele prometeu.

10. Falta de entendimento da nossa posição em Cristo. Talvez esse seja o maior inimigo. Ignorância quanto aos privilégios e direitos de redenção, isto é, daquilo que Cristo é em nós e do que somos n'Ele. Um desconhecimento da extensão do que Ele fez por nós e direitos, outorgados em Graça, diante do Trono.

11. Uma confissão errada (Rm, 10:9). O Cristianismo é uma grande confissão. Confissão é o reconhecimento verbal do que Deus fez por nós em Cristo (Hb. 3:1; 4;14). Toda confissão dos nossos làbios deve refletir a Palavra de Deus. As confissões em desarmonia com ela estão na origem de muitas orações não respondidas.

12. Depender da fé do outro. A cada crente Deus deu uma medida de fé. Ela veio quando nos tornarmos uma nova criação em Cristo e recebemos a natureza de Deus. Assim como desenvolvemos nossas capacidades físicas e mentais pelo exercício, desenvolvemos nossa fé pelo alimento da Palavra de Deus (Jo. 15 : 7).


SÉRIE ESCOLA DE ORAÇÃO
Valnice Milhomens

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Inteligência Emocional Interpessoal - Teoria das Múltiplas Inteligências


Alípio Ramos Veiga Neto
Áreas de atuação: Marketing, Marketing Educacional, Comportamento do Consumidor e Negócios Internacionais
Consultor de Marketing Educacional e Pesquisa Científica
Em universidades particulares de vários Estados do Brasil
Professor orientador no Mestrado em Administração
UNIFOR - Fortaleza - Ceará – Brasil
Diretor da Industria Gigaplast
GIGAPLAST - Morungaba - São Paulo – Brasil
alipio.veiga@uol.com.br

MULTIPLAS INTELIGÊNCIAS
(Howard Gardner)
Howard Gardner iniciou seus estudos a respeito das Inteligências Múltiplas como integrante de um grupo de pesquisas sobre "A Natureza e Realização do Potencial Humano". Pesquisador formado em psicologia do desenvolvimento e em inteligência e desenvolvimento infantil e adultos com danos cerebrais tinha como tarefa falar sobre a cognição humana nesta proposta de pesquisa.
Gardner optou por chamar de Inteligências Múltiplas sua concepção e estudos sobre a inteligência. Afirma que se tivesse dito simplesmente que os homens tem diferentes talentos seu livro teria passado desapercebido. No entanto, ao falar de "inteligências múltiplas", no sentido de que existe um número desconhecido de capacidades humanas diferenciadas, vairando desde inteligência musical até a inteligência envolvida no entendimento de si mesmo.
Gardner acreditava que sua obra seria de interesse para a área da psicologia do desenvolvimento, para aqueles que estudavam a inteligência numa perspectiva piagetiana, ou na perspectiva da construção e medição dos testes. No entanto, a obra não despertou muito interesse nessa disciplina, mas logo foi muito estudada (ou apareceram muitos interessados ) na área da educação.
Após 1983, a primeira publicação de "Estruturas da Mente", Gardner dedicou boa parte de seu tempo ao estudo e exploração das implicações educacionais da teoria das IM.
Teoria das Inteligências Múltiplas
A teoria das inteligências múltiplas é uma abordagem teórica que baseia seus estudos na ciência cognitiva ( estudo da mente) e na neurociência ( o estudo do cérebro).
Os sete tipos de inteligências mais aceitos até o momento são:
- inteligência lingüística
- inteligência lógico-matemática
- inteligência corporal-cinestésica
- inteligência musical
- inteligência visual-espacial
- inteligência interpessoal
- inteligência intrapessoal
Howard atualmente estuda outras inteligências, uma chamada NATURALISTA, que está associada à capacidade humana de reconhecer objetos na natureza e a sua relação com a vida humana, e, outra considerada a TRANSCENDENTAL, que está ligada ao entendimento além do corpóreo, o transcendente, é a inteligência dos místicos, religiosos, etc. A partir da teoria de Howard Gardner, o professor Nílson José Machado, da USP, propõe a inteligência PICTÓRICA que está associada à capacidade de desenhar. O desenho é uma forma importante de se expressar e é a primeira utilizada pela criança.
Esta é uma lista preliminiar, cada forma de inteligência pode ser subdividida. Considera-se importante a pluraidade do intelecto. Os sujeitos podem diferir quanto aos perfis particulares de inteligência com os quais nascem e que desenvolvem ao longo da vida. Na verdade o fundamental não é quantas inteligências temos, mas o desenvolvimento de todas elas segundo nossas aptidões.
Sua proposta passa pelos seguintes pressupostos.
- nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades;
- nem todos aprendem da mesma maneira;
- ninguém pode aprender tudo o que há para ser aprendido.
Nessa sua abordagem faz uma crítica ao conceito que considera a inteligência como a capacidade ou faculdade singular, utilizada em qualquer situação de resolução de problemas.
Inteligência, o que a constitui?
Abordagem tradicional > Capacidade de responder a ítens em testes de inteligência.
Inteligências Múltiplas > Capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural.
Os novos paradigmas para a educação determinam que os alunos são os construtores do seu conhecimento. Neste processo a intuição e a descoberta são elementos fundamentais para a construção do conhecimento. Neste novo modelo educacional o aluno deve ser considerado como um ser total que possui outras inteligências além da lingüística e da lógica-matemática, que devem ser desenvolvidas e o professor deve ser um facilitador do processo de aprendizagem, e não mero transmissor de informações prontas.
Centro de Inteligência Capacidade(s) Usuário(s)
Lingüístico Ler, Escrever, Comunicação Autores, Poetas e Oradores
Lógico Cálculo e Raciocínio Cientistas, Matemáticos, Advogados e Juizes
Musical Melodiosa e Rítmica Compositores e Músicos
Cinestésico Física e Movimento Atletas, Bailarinos, Ginastas e talvez Cirurgiões
Espacial Orientação e Direção Arquitetos, Escultores, Pintores, Navegadores e Pilotos
Visual
Interpessoal Relacionamento entre várias pessoas Vendedores, Promotores de Vendas e Negociadores
Intrapessoal Introspecção (volta ao "Eu") Fornece grande intuição para algumas pessoas, permitindo-lhes o acesso ao extraordinário banco de informações armazenado em sua mente subconsciente."
INTELIGÊNCIA LINGUISTICA:
Escritores, poetas, redatores, roteiristas, oradores, líderes políticos e jornalistas.
• Sensível a regras
• Organizado
• Sistemático
• Habilidade para raciocinar
• Gosta de ouvir
• Gosta de ler e de escrever
• Soletra com facilidade
• Gosta de jogos de palavras

INTELIGÊNCIA LÓGICO OU MATEMÁTICA
Matemáticos, cientistas, engenheiros, investigadores, advogados e contadores.

• Gosta de raciocínio abstrato
• Gosta de ser preciso
• Aprecia cálculos
• Organizado
• Utiliza estruturas lógicas
• Aprecia computadores
• Aprecia resolução de problemas
• Prefere anotações de forma ordenada

INTELIGÊNCIA VISUAL E ESPACIAL
Arquitetos, pintores, escultores, navegadores, naturalistas, jogadores de xadrez e estrategistas militares.

• Pensa em figuras
• Cria imagens mentais
• Utiliza metáforas
• Gosta de arte: desenho, pintura e escultura
• Lê com facilidade mapas e gráficos
• Lembra-se com figuras
• Utiliza todos os sentidos para formar imagens
• Tem bom senso de direção

INTELIGÊNCIA MUSICAL
Músicos, compositores, concertistas, fabricantes de instrumentos musicais e afinadores de piano.

• Sensível à entonação
• Tem rítmo, marcação de tempo
• Sensível ao poder emocional da música
• Pode ser profundamente espiritual


INTELIGÊNCIA CORPÓREO - CINESTÉSICA
Bailarinos, atores, atletas, inventores, mímicos, cirurgiões, vendedores, pilotos de corrida, praticantes de artes marciais e trabalhadores com habilidades manuais.
• Controle excepcional do próprio corpo
• Controle de objetos
• Bons reflexos
• Aprende melhor se movimentando
• Gosta de se envolver em esportes físicos
• Habilidoso em artesanato
• Gosta de representar, contador de piadas
• Brinca com objetos enquanto escuta
• Irrequieto e aborrecido em palestras longas

INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL OU SOCIAL
Políticos, professores, líderes religiosos, conselheiros, vendedores, gerentes, relações públicas e pessoas com facilidade de relacionamento.

• Relaciona-se e associa-se bem
• Consegue "ler" as intenções de terceiros
• Aprecia estar com pessoas
• Tem muitos amigos
• Comunica-se bem
• Às vezes manipula as pessoas
• Gosta de mediar disputas

INTELIGÊNCIA INTRAPESSOAL OU INTUITIVA
Romancistas, conselheiros, sábios, filósofos, místicos e pessoas com um profundo senso do "eu"

Autoconhecimento
Sensibilidade aos valores próprios de cada um
Tem um senso bastante desenvolvido do "eu"
Habilidade intuitiva
Automotivado
Consciente das próprias potencialidades e fraquezas
Muito reservado
Deseja ser diferente da tendência geral

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O Prof. Dr. Alípio Ramos Veiga Neto é professor universitário de marketing e psicologia do consumidor. É professor de mestrado e pesquisador em Segmentação Psicográfica, Comportamento de Consumidores e Negociação. Doutor em Psicologia do Consumidor e Mestre em Psicologia Educacional pela PUC-Campinas tem pós-graduação em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM. É consultor de marketing educacional e desenvolvimento da pesquisa científica em universidades de vários Estados do Brasil. Conta com inúmeros artigos e publicações em periódicos científicos. Desenvolve pesquisas, realiza palestras e treinamentos em aplicação de estratégias de marketing com orientação societal.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Inteligência Emocional Interpessoal


Inteligência Emocional Interpessoal

Hoje li um pouco a respeito dos diferentes tipos de Inteligência baseado na Teoria das múltiplas Inteligências. E passei a refletir um pouco mais sobre aquilo que já temos desde que nascemos e aquilo que adquirimos no nosso processo contínuo de aprendizado.

Concluí que a Inteligência gera mais inteligência, e que esta acompanhada do bom senso gera oportunidades. Mais o mais inteligente de tudo é que se temos o máximo da Inteligência Intrapessoal agrupado ao máximo da Inteligência Interpessoal, seremos menos impessoais e valorizaremos mais o pessoal de cada um.

Parece um jogo de palavras sem sentidos, mas não é, tentarei então esclarecer para aqueles que nunca ouviram falar de múltiplas Inteligências, Inteligência IntraPessoal, Interpessoal ou mesmo Inteligência emocional.

A pessoa que realmente se considera inteligente não visa apenas o seu bem estar, mas sim o seu bem estar ligado ao bem estar do seu próximo. Sermos mesquinhos e pensarmos apenas em nós mesmos não é inteligente é burrice. Quando vemos o próximo da mesma forma que nos vemos usamos a empatia e colhemos a simpatia de uma Sociedade melhor.

Se todas passarem a seguir aquilo que está escrito em I Coríntios 13, concernente ao Amor (caridade) verá que realmente pode existir um mundo melhor em que a Inteligência é colocada em um segundo plano, dando-se lugar ao Amor, e realmente não há nada mais inteligente do que Isso.

Airton Mendes da Hora
Comunidade ORKUT PARA CRISTO

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Fotos Membros do Lugar de Oração

Bia filha da Missionária Dirce e do Sr. Nico Amarante



Amigas Inseparáveis Lugar de Oração Lu, Patrícia,Nininha,Vanessa


Bia e Missionária Dirce Mendes


Família Amarante Completa
Bia, Nico, Thiago, Bruna e Missionária Dirce

Casamento no Lugar de Oração



Bruna e Thiago no Casamento da Tata



1º Encontro da Igreja Lugar de Oração



Missionária Dirce Apresentando criança no Lugar de Oração


Casamento do Thiago e da Bruna



Ju Domingues

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Ester



ESTER

A rainha de Assuero e heroína do livro com o mesmo nome. Era judia e o seu nome era Hadassa (murta), mas quando entrou para o harém do rei, recebeu o nome pelo qual ficou a ser conhecida (Et 2:7). Este nome não é mais do que uma modificação Siro-árabe da palavra persa satarah, que estrela. Era filha de Abiail, um benjamita. A sua família não tirou partido da permissão dada por Ciro, para que os exilados voltassem para Jerusalém; e ela passou a viver com o seu primo Mardoqueu, que tinha um cargo entre os servos do rei Persa em "Susã, no palácio". Assuero, tendo-se divorciado de Vasti, escolheu Ester para sua mulher. Pouco depois disto, ele deu a Hamã, o agagita e seu primeiro ministro, poder e autoridade para matar e extirpar todos os Judeus do império Persa. Pela interposição de Ester, foi evitada tamanha catástrofe. Hamã foi morto na forca que fora preparada para Mardoqueu; e os judeus estabeleceram uma festa anual, a festa do Purim, em memória da sua maravilhosa libertação. Este acontecimento deu-se cerca de 52 anos após o regresso do povo a Jerusalém (479 a.C.).
Ester é-nos mostrada como sendo uma mulher de profunda piedade, fé, coragem, patriotismo e cautela, que se combinavam com a sua determinação; uma filha cumpridora para com o seu pai adoptivo, dócil e obediente aos seus conselhos e ansiosa por partilhar o favor do rei com ele, pelo bem do povo Judeu. Ela deve ter possuído um graça, umas maneiras e um charme singulares, uma vez que 'alcançava graça aos olhos de todos quantos a viam' (Et 2:15). Ela foi colocada por Deus naquela posição, a fim de evitar a destruição do povo judeu e lhes proporcionar protecção, paz e riquezas no seu cativeiro.

Fonte Enciclopédia Mundo Bíblico

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Sonho X Realidade


Sonho X Realidade

Quando estamos sonhando, nem sempre achamos que aquilo é um sonho. Mas o mais interessante é que nos sonhos, não há limites, nos sonhos conseguimos tudo, nos sonhos podemos tudo, nos sonhos nada é proibido.
Qual a barreira que separa o sonho da realidade ???
Será que quando sonhamos, estamos vivendo as frustrações não realizadas, ou será que estamos vivendo, aquilo que gostaríamos de realizar ???
O sonho deve ser comandado pelo subconsciente, no entanto nada impede que o consciente não de uma ajudazinha.
Ora se no sonho, podemos tudo, porque não na realidade ???
Aí vai uma reflexão, quantas vezes, quando acordamos não dizemos para nós mesmos, Ahhh!!! Ainda bem que era sonho.
Com base nisso, e apenas como palpite, imagino que o sonho nos permite viver aquilo que na realidade concluímos ser não sensato. Ou seja através do sonho podemos concluir que grande besteira seria aquela nossa atitude tresloucada de Enfiar a mão na cara da outra pessoa e receber como recompensa um tiro.
Sendo assim concluo que o sonho pode ser nosso amigo para decidirmos de forma sensata o que fazer no momento em que temos que decidir entre a emoção e razão.
Sendo assim os nossos sonhos tão almejados poderão se tornar um dia realidade, ao invés de cortá-los tão rapidamente de nossas vidas, por atitudes impensadas.

Pare um pouco e pense não perca a oportunidade do amanhã, viva a realidade aprendendo com os sonhos. Talvez assim os bons sonhos se tornem realidade.

Abraços

Airton Mendes da Hora
Comunidade ORKUT PARA CRISTO

terça-feira, 11 de setembro de 2007

MOISÉS

MOISÉS
Arrastado (ou, em egípcio, mesu, “filho”, por isso, Ramsés, filho real).

A convite de Faraó (Gn 45:17-25), Jacó e os seus filhos mudaram-se para o Egipto. Esta mudança teve lugar cerda de 350 anos antes do nascimento de Moisés. Alguns séculos antes de José, o Egipto fora conquistado por uma raça semítica pastoril vinda da Ásia, os Hiksos, que submeteram cruelmente os nativos daquele país. Estes pertenciam a uma raça africana. Jacó e o seu séquito estavam acostumados à vida pastoril e ao chegarem ao Egipto, foram recebidos com boa vontade pelo rei, que lhes deu “o melhor da terra”, a terra de Gosen, onde eles passaram a morar. O rei hiksos ou “pastor” que, assim, mostrou boa vontade para com José e a sua família foi, mais provavelmente, o Faraó Apopi (ou Apopis).
Assim favorecidos, os israelitas “multiplicaram-se muito” (Gn 47:27) e estenderam-se para oeste e para sul. Com o tempo, a supremacia dos Hiksos terminou. Foi permitido aos israelitas manterem a terra de Gosen na sua possessão sem serem perturbados mas após a morte de José, a posição deles deixou de ser tão favorável. Os egípcios começaram a desprezá-los e o período da sua “aflição” (Gn 15:13) começou. Foram severamente oprimidos. Continuaram, contudo, a multiplicar-se e “a terra estava cheia deles” (Ex 1:7). Os egípcios olhavam para eles de um modo suspeito e o povo passou a sentir a dureza da luta pela sobrevivência.
Com o tempo, “levantou-se um rei que não conhecia José” (Ex 1:8). As circunstâncias eram tais, que o rei julgou necessário tornar mais fracos os seus súbditos israelitas através da opressão e, assim, gradualmente, reduzir o seu número. Foram feitos escravos e utilizados na construção de edifícios, em especial de templos e palácios. Os filhos de Israel serviam em condições rigorosas. As suas vidas tornaram-se amargas por causa daquela dura escravidão e “os egípcios faziam servir os filhos de Israel com dureza” (Ex 1:13, 14). Mas esta cruel opressão não teve o resultado esperado: reduzir o seu número. Antes pelo contrário, “quanto mais os egípcios os afligiam, mais eles se multiplicavam e cresciam” (Ex 1:12).
O rei tentou depois, através de um acordo feito com as parteiras, destruir todos os bébés hebreus do sexo masculino que nascessem a partir daquele momento. Mas o desejo do rei não foi rigorosamente cumprido; os bébés foram poupados pelas parteiras e “o povo se multiplicou” mais do que nunca. Desta forma iludido, o rei fez sair um proclamação pública, apelando para que todo o povo egípcio matasse os bébés judeus do sexo masculino, deitando-os ao rio (Ex 1:22). Mas nem mesmo assim conseguiu o rei ver os seus intentos realizados.
Um dos lares ao qual este édito trouxe grande alarme foi o de Anrão, da família dos coatitas (Ex 6:16-20) que, com a sua mulher Joquebede, Míriam, uma rapariga com cerca de quinze anos e Aarão, um rapaz de três anos, morava em ou perto de Menfis, a capital nesse tempo. Neste calmo lar, nasceu um rapazinho (1571 AC). A sua mãe escondeu-o dentro de casa durante três meses, longe do conhecimento das autoridades cívicas. Mas quando esta tarefa se tornou mais difícil de realizar, Joquebede imaginou uma maneira de fazer com que a filha do rei prestasse atenção à criança. Construiu uma arca de juncos e colocou-a nos juncos à borda do rio, no local onde a princesa ia sempre tomar banho. O seu plano foi bem sucedido. A filha do rei “viu o menino e ouviu-o chorar”. A princesa enviou Míriam, que estava ali por perto, a buscar uma ama. Ela foi e trouxe a mãe da criança, a quem a princesa disse: “Leva este menino e cria-mo; eu te darei o teu salário.” Assim, o filho de Joquebede, a quem a princesa chamou “Moisés”, i.e., “salvo das águas” (Ex 2:10), foi-lhe restituído.
Mal o tempo para desmamar a criança terminou, Moisés foi transferido da humilde casa de seu pai para o palácio real, onde foi educado como filho adoptivo da princesa. Talvez a sua mãe ainda o acompanhasse e cuidasse dele. Ele cresceu por entre todo o esplendor, grandeza e excitação da corte egípcia, mantendo talvez uma constante amizade com a sua mãe, o que era da maior importância tanto para as suas crenças religiosas como para o interesse que ele deveria demonstrar pelos seus “irmãos”. Era, sem dúvida, dada muita atenção à sua educação e ele gozaria de todas as vantagens tanto da educação espiritual como física. Com o tempo, tornou-se “instruído em toda a ciência dos egípcios” (At 7:22). O Egipto possuía dois locais importantes de aprendizagem, ou universidades, numa das quais, provavelmente a de Heliópolis, ele terminou a sua educação. Moisés, agora provavelmente com vinte anos, passou ainda mais vinte antes de se tornar numa figura importante na história bíblica. Estes vinte anos foram possivelmente passados no serviço militar. Diz a tradição, registada por Josefo, que ele comandou a guerra entre os egípcios e a Etiópia, onde ficou conhecido como um general habilidoso e se tornou “poderoso em obras” (At 7:22).
Quando terminou a guerra com a Etiópia, Moisés voltou para a corte egípcia, onde esperava ser carregado de honras e riquezas. Mas “sob a calma corrente da sua vida até ali, uma vida alternada entre a luxuria na corte e a dureza no campo de batalha e no cumprimento dos seus deveres militares ocultava, desde a meninice até à juventude e da juventude até à idade adulta, um descontentamento secreto, talvez uma ambição. Moisés, naquele ambiente egípcio, nunca esquecera, nunca desejaria esquecer que ele era hebreu.” Ele, então, resolve familiarizar-se com os seus compatriotas e “saiu a seus irmãos e atentou nas suas cargas” (Ex 2:11). Esta inspecção revelou-lhe a cruel opressão e escravidão sob a qual todos eles gemiam e não podiam deixar de o pressionar para que tomasse em consideração os seus deveres para com eles. Chegara o tempo em que ele deveria fazer sua a causa deles, devendo, por isso, ajudá-los a quebrar o jugo da sua escravidão. Ele fez a sua escolha de acordo com as circunstâncias (Hb 11:25-27), seguro de que Deus abençoaria a sua resolução para o bem estar do seu povo. Ele deixou o palácio do rei e passou a viver provavelmente na casa de seu pai, como se fosse um dos hebreus que, há quarenta anos sofria cruelmente às mãos dos egípcios.
Ele não podia permanecer indiferente ao estado das coisas à sua volta e, um dia, ao sair por entre o povo, a sua indignação eriçou-se contra um egípcio que estava a maltratar um hebreu. Ele levantou irreflectidamente a sua mão e matou o egípcio, escondendo o corpo na areia. No dia seguinte saiu novamente e viu dois hebreus lutando. Logo descobriu que, o que ele fizera no dia anterior, já era conhecido. Este facto chegou aos ouvidos de Faraó (o “grande Ramsés”, Ramsés II), que “procurou matar Moisés” (Ex 2:15). Movido pelo medo, Moisés fugiu do Egipto e dirigiu-se à terra de Midiã, a parte sul da península do Sinai, talvez pelo mesmo caminho que, quarenta anos depois, ele conduziu os israelitas para o Sinai. Moisés foi providencialmente conduzido até à casa de Reuel, onde permaneceu durante quarenta anos (At 7:30), sendo inconscientemente educado para a grande obra da sua vida.
Então, o anjo do Senhor lhe apareceu na sarça ardente (Ex 3) e comissionou-o a ir ao Egipto e “a trazer os filhos de Israel” do cativeiro. Primeiro, ele não se mostrou muito disposto a ir mas depois obedeceu à visão celeste e partiu da terra de Midiã (Ex 4:18-26). No caminho encontrou-se com Aarão e com os anciãos de Israel (Ex 4:27-31). Ele e Aarão tinham uma dura tarefa perante eles; mas o Senhor estava com eles (Ex 4:7-12) e o exército resgatado avançou triunfalmente. Após uma viagem fértil em acontecimentos pelo deserto, vêmo-los acampados nas planícies de Moabe, prontos a atravessar o Jordão e a entrar na terra prometida. Aí chegados, Moisés falou com os anciãos (Dt 1:1-4; Dt 5:1-26:19; Dt 27:11-30:20) e deu ao povo os seus últimos conselhos e, então, entoou o seu último cântico (Dt 32), vestindo com palavras apropriadas as profundas emoções do seu coração e revendo aquela maravilhosa história em que ele representara um papel tão notável. Depois de abençoar as tribos, ele sobe “ao Monte Nebo, ao cume do Pisga, que está defronte de Jericó” (Dt 34:1) e daí observa a terra. “Jeová mostrou-lhe toda a terra desde Gileade até Dã e todo o Naftali e a terra de Efraim e Manassés e toda a terra de Judá, até ao mar último e o sul e a campina do vale de Jericó, a cidade das palmeiras, até Zoar” (Dt 34:2, 3), a magnífica herança das tribos de quem ele fora, por tanto tempo, o líder; e aí Moisés morreu com 120 anos, de acordo com o que Deus dissera, tendo sido sepultado pelo Senhor “num vale na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor” (Dt 34:6). O povo o pranteou durante trinta dias.
Assim morreu “Moisés, servo de Deus” (Dt 33:1; Js 14:6). Notabilizou-se pela sua mansidão, paciência e firmeza e “prosseguiu como que vendo o invisível”. “E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera cara a cara; nem semelhante em todos os sinais e maravilhas, que o Senhor o enviou para fazer na terra do Egipto, a Faraó e a todos os seus servos e a toda a sua terra; e em toda a mão forte e em todo o espanto grande, que obrou Moisés aos olhos de todo o Israel” (Dt 34:10-12).
O nome de Moisés aparece frequentemente nos Salmos e nos Profetas como o maior dos profetas.
No Novo Testamento ele é mencionado como o representante da lei e como um tipo de Cristo (Jo 1:17; 2Co 3:13-18; Hb 3:5, 6). Moisés é a única pessoa do Velho Testamento a quem Jesus se compara (Jo 5:46; comparar com Dt 18:15, 18, 19; At 7:37). Em Hebreus At 3:1-19, esta comparação é estabelecida em vários campos.
Em Jd 1:9 faz-se menção à contenda entre Miguel e o Diabo relativamente à posse do corpo de Moisés. Esta disputa está supostamente relacionada com a ocultação do corpo de Moisés, para evitar a idolatria.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

ISRAEL

ISRAEL
Heb. e Aramaico Yisra’el, “Deus contende”.

O nome aparece pela primeira vez em textos cuneiformes de Ebla no período pré-patriarcal. Mais tarde, aparece como Ysr’l na Pedra Moabita e em ugarítico como Ysr’il. Pode-se encontrar o nome de Israel (Isr’r) na coluna israelita de Merneptah, sendo que o segundo r representa o l hebraico, para o qual a ortografia egípcia não tem qualquer caracter; Gr. Israel.
As dez tribos do norte que se separaram, numa altura em que a monarquia ainda unia todo o país em 931 AC e opondo-se ao reino do sul - Judá (1Rs 12:1,16,19>>). A posição dominante de Judá entre as doze tribos predispôs as outras contra a casa reinante de David e Salomão. Os impostos opressivos cobrados por Salomão com o fim de manter a sua luxuriosa corte e destinados à construção de edifícios magníficos e outras obras públicas, assim como a influência mundial do seu exemplo pessoal contribuíram para fazer diminuir ainda mais os laços ténues que uniam todo o reino. A política austera de Roboão, filho e sucessor de Salomão, levou as dez tribos à separação em 931 a.C, fazendo de Jeroboão rei (1Rs 12:1-24). A fim de consolidar o seu domínio, Jeroboão estabeleceu uma nova religião na qual ele misturou a adoração a Jeová e a adoração ao bezerro do Egipto, para fazer com que as pessoas se esquecessem de Jerusalém, do templo e da casa de David (1Rs 25 a 33). Tal como um vírus, a influência desta religião infectou o novo reino e fez com que o povo virasse costas ao verdadeiro Deus. Mais tarde, sob o domínio de Acabe, o culto a Baal passou a ser promovido (1Rs 16:30-32>>). Apesar dos esforços zelosos dos profetas, tais como Elias, Eliseu, Jonas, Amós e Oséias, o reino do norte nunca passou por uma experiência de reforma genuína, como aconteceu com Judá durante o reinado de Josafat no século IX a.C., de Ezequias no século VIII AC e de Josias no século VII AC. Toda a história israelita até à sua ruptura em 723/22 a.C. foi uma constante apostasia e corrupção. Em contraste com a única dinastia de Judá, com os seus vinte reis - reflectindo a estabilidade que sempre caracterizou o reino do sul - as condições religiosas, políticas e sociais deteriorantes que prevaleceram em Israel fizeram surgir várias dinastias e vinte reis subiram ao trono num período de tempo com uma duração menor em cerca de 2/3 (as datas aqui fornecidas são aproximadas).
Durante o seu reinado de 22 anos, Jeroboão I (931-910 a.C.) viu-se envolvido em várias guerras com Roboão de Judá e sofreu uma invasão egípcia que o prejudicou bastante. A sua dinastia terminou com a morte do seu filho Nadabe (910-909 a.C.), perpetrada por Baasa (909-886 a.C.), cujo reino foi marcado pelas guerras contra Judá e a Síria. Com a morte do filho de Baasa - Elá (886-885 AC) - levada a cabo por um dos seus capitães, Zinri (que reinou durante sete dias em 885 a.C.), terminou a segunda dinastia de Israel. Um golpe militar levado a cabo por Onri (885-874 a.C.), que se encontrava em campanha na terra dos filisteus, pôs fim ao breve reinado de Zinri. Tibni, um rival de Onri na subida ao trono, não demorou a ser eliminado e Onri fundou uma dinastia que sobreviveu durante 44 anos. Ao escolher o facilmente fortificável monte de Samaria, Onri deu a Israel uma capital impugnável. Por isso, quando foi cercada anos mais tarde, só capitulou quando a água e a comida acabaram. Onri estabeleceu cordiais relações comerciais e políticas com a Fenícia e combinou casar o seu filho Acabe com Jezabel, filha do rei de Tiro. De acordo com a Pedra Moabita, erigida pelo rei Messa, dos Estados Moabitas, Onri subjugou Moabe e transformou este país num tributário seu.
Com a ascensão de Acabe (874-853 a.C.) ao trono, Israel deu um passo importante em direcção à apostasia ainda mais profunda, em grande parte por causa da sua fraqueza de carácter e da política agressiva da sua esposa fenícia - Jezabel. Ela mostrou-se determinada em erradicar do país a adoração a Deus e em fazer da adoração a Baal a religião nacional de Israel. Neste momento de crise espiritual, os profetas Elias e Eliseu defenderam ousadamente a fé dos seus pais. O reinado de Acabe experimentou um certo grau de prosperidade material e sucessos militares. Coligado com Benadade, de Damasco e também com outros reis, ele refreou temporariamente o avanço ocidental dos assírios na famosa batalha de Qarqar em 853, mas perdeu a sua vida pouco depois, numa tentativa fútil de tomar Ramote-Gileade (1Rs 22). Acazias, o filho de Acabe (853-852 a.C.), sucedeu-lhe no trono, tendo depois o seu irmão Jorão ocupado o lugar vago (852-841 a.C.). Este último tentou perpetuar a hegemonia israelita sobre Moabe (2Rs 3:4-27) e envolveu-se, ele próprio, numa série de batalhas não muito bem sucedidas contra os sírios (2Rs 6 e 7). Enquanto recuperava, em Jezreel, das feridas que lhe tinham sido infligidas nestas batalhas, foi assassinado pelo capitão do seu exército - Jeú -, que arrasou completamente a casa de Onri, incluindo Jezabel, nomeando-se rei (2Rs 8:28, 29; 2Rs 9:24 a 10:17).
A dinastia fundada por Jeú (841 - 814 AC) durou noventa anos, ou quase metade de todo o período da história de Israel enquanto reino separado. Jeú erradicou do país a adoração a Baal mas as suas reformas não tocaram na adoração do bezerro, estabelecido por Jeroboão. Jeú tornou-se voluntariamente num vassalo da Assíria, pagando tributo a Salmanezer III, provavelmente em troca de assistência contra Hazael, da Síria. Durante o reinado de Joacaz (814- 798 AC), filho e sucessor de Jeú, Israel esteve quase constantemente em guerra contra a Síria levando o reino a um estado de impotência. Ao suceder ao seu pai Joacaz, Joás (798-782 AC) recuperou toda a área que ele perdera para os sírios. Joás viu-se também forçado a entrar em guerra contra Judá, tendo capturado o seu rei. Entrou em Jerusalém e levou consigo para Samaria uma grande quantidade de tesouros e exilados (2Rs 14:8-14). Aparentemente para promover a continuidade do seu reino, associou-se ao seu filho no trono durante doze anos (793-782 AC). Depois da morte de Joás, Jeroboão II gozou de um longo e próspero reinado de quase trinta anos (782-753 AC), durante o qual recuperou, com excepção do território de Judá, praticamente todo o território que Israel perdera desde a era dourada de David e Salomão (2Rs 14:23-27). Um período de fraqueza política por que passaram as nações vizinhas de Israel, nessa altura, não permitiu que elas tomassem qualquer tipo de medida de contra-ataque. Tal como o livro de Oséias mostra, a enganosa prosperidade material e política que marcou o reinado de Jeroboão II foi acompanhada por uma grande corrupção moral e social. O seu filho Zacarias reinou somente durante seis meses (753-752 AC), antes de ser assassinado por Salum (2Rs 15:8-12). Seguiu-se à morte de Zacarias um período de trinta anos de anarquia política e caos social. Após a queda da dinastia fundada por Jeú, surgiram cinco reis em rápida sucessão. Salum (752 AC), o assassino de Zacarias, foi, por seu turno, assassinado por Menaem após um breve reinado de apenas um mês. Menaem (752-742 AC) suprimiu cruelmente toda a oposição ao seu governo e aumentou excessivamente os impostos, a fim de poder livrar-se de Tiglath-Pileser III da Assíria, utilizando esse dinheiro (2Rs 15:19, 20). Quase no fim do reinado de Menaem, Israel perdeu mais uma vez o território recuperado por Jeroboão II. Pecaías, o filho de Menaem, ocupou o trono durante dois anos (742-740 AC), tendo sido assassinado por Peca (740-732 AC) que, ou reclamara já o trono durante os doze anos precedentes, ou fora um rei rival desde a morte de Zacarias ou de Salum em 752. Peca estabeleceu uma aliança com a Síria para uma campanha conjunta contra Jerusalém, que não foi bem sucedida. Esta campanha destinava-se provavelmente a fazer com que Acaz se juntasse a eles contra a Assíria (2Rs 15:37; 2Rs 16:5-9). Por sua vez, Acaz procurou e conseguiu ajuda de Tiglath-Pileser. Peca perdeu para a Assíria os seus territórios a norte e a este (2Rs 15:29). O seu reinado inglório terminou com o seu assassinato, perpetrado por Oséias (732-722 AC), que lhe sucedeu como vigésimo e último rei de Israel. Uma aliança desesperada com o rei egípcio de Sais não impediu a dissolução do seu reino e a captura da sua capital, Samaria, levada a cabo por Salmanezer V, ou Sargon II (723/22 AC). Assim, o reino de Israel teve um trágico fim, sendo testemunha do destino de uma nação que se recusou a andar nos caminhos de Deus.
( Seventh-Day Adventist Bible Dictionary )

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Jerusalém


JERUSALÉM
Heb. Yerûshalayim.

Uma vez que o nome é confirmado, de diferentes maneiras, pelo menos desde o século XIX AC, é uma cidade de origem cananita ou amorreia, significando provavelmente “a cidades do (deus) Shalim”, mas em hebreu provavelmente “a cidade da paz”. Em textos egípcios dos séculos XIX e XVIII AC, o nome pronunciar-se-á Urusalimum. Nas cartas de Amarna do século XIV AC aparece como Urusalim. Em aramaico chama-se Yerûshelem e em grego Ierosoluma e Ierousalem. Uma das mais importantes cidades do mundo, a Santa Cidade de três grandes fés: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. Para os judeus, era o local onde se situava o templo e também a capital da nação. Para os cristãos é o cenário do sofrimento, morte, ressurreição e ascensão de Cristo. Para os muçulmanos é o local tradicional da ascensão de Maomé ao céu. Localiza-se a cerca de um terço da distância que vai desde a extremidade norte do Mar Morto até ao Mar Mediterrâneo, nas montanhas da Judeia.
O nome Salém (Heb. Shalem), que surge duas vezes no VT (Gn 14:18; Sl 76:2), é provavelmente a forma abreviada do nome completo. É também por este nome que é mencionada nas tabuínhas cuneiformes de Tell Mardikh, a antiga Ebla (Síria) do final do 3º milénio AC. A cidade era conhecida pelo nome de Jebus no período dos juizes (Jz 19:10, 11) e na altura em que David a tomou (1Cr 11:4, 5). Isto aconteceu porque os seus habitantes eram chamados jebuseus. Este nome não está confirmado fora da Bíblia. O seu nome árabe actual é el-Quds, “aquela que é santa”, mas para todos aqueles que não são árabes - judeus, cristãos e outros - ainda é conhecida por Jerusalém.
I - A Localização - A cidade fortificada de Jerusalém situa-se entre dois vales principais: o Cedrom a este e o Hinom a oeste e a sul. O planalto entre os dois vales onde a cidade está construída, está ligado ao planalto da Judeia, a norte. Este planalto está rudemente dividido em duas cordilheiras por um vale central, cujo nome não se encontra na Bíblia, mas que é denominado por Josefo como Vale Tyropoeon, ou “vale dos queijeiros”. Este vale era estreito e profundo mas no tempo dos macabeus encontrava-se cheio com os despojos de Acra, a fortaleza dos sírios, que Simão Macabeu demoliu. Actualmente, inicia-se na Porta de Damasco e é visível apenas como uma depressão superficial. As escavações efectuadas mostram que os escombros atingem uma profundidade de 30 metros. A cordilheira a Este atinge uma altura de cerca de 744 metros acima do nível do mar, num local onde o “castelo" (segundo algumas versões), ou “tenda” (segundo outras versões) de Antónia se situava, a norte do tempo. Este monte a norte da cordilheira oriental é chamado “o monte do templo”, ou “monte norte-oriental”. No VT surge como “Moriá" (Gn 22:2; 2Cr 3:1). A cordilheira oriental encontra-se dividida em duas secções (norte e sul) através de uma depressão superficial, actualmente cheia de despojos. A secção sul, o pontão que desce na direcção da junção dos vales Cedrom e Hinom, era o local original da cidade de David, que era conhecida por Jebus, Salém e Sião. A parte mais alta eleva-se a cerca de 695 metros acima do nível do mar. Esta área - a Jerusalém original - fica completamente fora das muralhas da cidade actual, que se situam a sul da área do templo.
A cordilheira ocidental é mais alta do que a oriental, elevando-se a uma altitude de cerca de 777 metros acima do nível do mar, 30 metros mais alta do que o monte do templo. Não se conhecem os antigos nomes das diferentes elevações desta cordilheira ocidental mas o monte a sudoeste foi, por vários séculos, erradamente identificado com “Sião” e ainda tem este nome actualmente, embora a maior parte deste monte talvez nunca tenha sido incluído na antiga cidade até aos tempos helenísticos. Uma boa parte do monte a noroeste localiza-se agora na zona noroeste da actual Cidade Velha de Jerusalém e inclui, como sua mais famosa estrutura, a Igreja do Santo Sepulcro.
O Vale de Cedrom, algumas vezes mencionado na Bíblia (2Sm 15:23; Jo 18:1, etc.) e actualmente chamado Wâdi en-Nâr, separa a cidade do Monte das Oliveiras, cujo pico mais alto se eleva a 835 metros acima do nível do mar. O Cedrom é um desfiladeiro estreito e profundo que serviu de apoio às defesas orientais da cidade. Nele se encontram as únicas fontes de água de Jerusalém: a nascente de Giom, nas vertentes ocidentais do vale; e Enrogel, um poço que se situa perto da confluência dos Vales de Hinom e Cedrom. O Vale de Hinom, actualmente chamado Wâdi er-Rabâbeh, é frequentemente mencionado no VT (Js 15:8; Js 18:16; etc.). É muito mais vasto do que o Cedrom e o Tyropoeon e as suas encostas são mais suaves. Este vale separa os montes mais altos a oeste e a sul da cordilheira sudoeste no planalto de Jerusalém.
II - História - Não se sabe quando é que Jerusalém foi fundada mas algumas escavações puseram a descoberto evidências que provam que já existia durante a 12ª dinastia egípcia (século XIX e XVIII AC), altura em que alguns textos egípcios mencionam a cidade e os seus governantes amorreus, Yaqar-‘Ammu e Sasa‘-‘Anu, como sendo reais ou potenciais inimigos do Egipto. Durante este período, o VT menciona a cidade pela primeira vez sob o nome de Salém, cujo governante - Melquisedeque - era, na altura, um sacerdote do Deus Altíssimo e, portanto, com poder para abençoar Abraão e receber o dízimo do despojo que o patriarca tomara de Quedorlaomer e dos seus confederados (Gn 14:18-20).
Jerusalém é mencionada no livro de Josué como sendo a cidade principal de uma coligação de cidades-estado cananeias que lutaram contra os israelitas. O seu rei, nessa altura, era Adonizedeque que, juntamente com os seus aliados, foi derrotado na batalha de Azeca, tendo sido capturado e executado por Josué (Js 10:1-27). Pouco depois, no tempo do rei Ikhnatom do Egipto, um rei chamado ‘Abdu-Heba ascendeu ao trono de Jerusalém. O seu nome significa “servo (da deusa hitita) Heba” e é possível que fosse de ascendência hitita. Se assim for, ele e os dois reis amorreus já mencionados seriam a prova de que a população que inicialmente habitava em Jerusalém incluía hititas e amorreus. Isto é reflectido nas palavras de Ezequiel, que disse de Jerusalém: “o teu pai era amorreu e a tua mãe heteia” (Ez 16:3; cf. vers. Ez 16:45). Entre as Cartas de Amarna encontram-se algumas que ‘Abdu-Heba escreveu a Ikhnaton e nas quais ele se queixa amargamente da invasão dos ‘Apiru, ou Habiru (provavelmente os hebreus) e da inactividade do Egipto, tendo daí resultado a captura do país secção por secção. Em Jz 1:8 encontra-se registado o relato da captura e destruição de Jerusalém levada a cabo por Judá após a morte de Josué, mas a esta vitória não se seguiu a ocupação da cidade pelos israelitas; Jerusalém permaneceu nas mãos dos cananeus ou jebuseus até à altura em que David a conquistou (Js 15:63; cf. Jz 19:11, 12).
Depois que David foi coroado rei sobre todas as tribos de Israel, ele decidiu transferir a sua capital da importante cidade judaica de Hebrom para um local neutro. Escolheu, então, Jerusalém, que se situava na fronteira entre Judá e Benjamim mas que não pertencia a nenhuma destas tribos. Os jebuseus troçaram de David quando ele cercou a cidade, pois estavam convencidos de conseguirem manter nas suas mãos a bem fortificada cidade situada nas montanhas. Contudo, Joabe e os seus homens obtiveram acesso subindo pelo Sinnôr, que provavelmente se refere ao poço de água que ligava a nascente de Giom ao interior da cidade (2Sm 5:6-8). No tempo de David, ficou conhecida por “cidade de David” (1Cr 11:7; 2Sm 5:7). David construiu ali um palácio (2Sm 5:11) e também algumas fortificações (ver Ct 4:4), que menciona a torre de David; cf. 1Cr 11:8). Esta torre não é a mesma que se encontra na actual cidadela de Jerusalém, uma vez que esta última é uma das torres do palácio construído por Herodes, o Grande. David também construiu um local, ou estrutura, chamado “Milo” (2Sm 5:9; 1Cr 11:8). A partir de outros textos (1Rs 9:15, 24; 1Rs 11:27; 2Cr 32:5), é provável que Milo se situasse dentro da cidade e que fosse periodicamente alargado e fortificado. Aparentemente, fazia parte do sistema de fortificações da cidade no seu ponto mais fraco, que terá sido a extremidade norte do monte a sudeste. A LXX identifica-o com Acra, uma cidadela a sul do templo que ali permaneceu até aos dias de Judas Macabeu. O nome hebraico millô’, que significa “encher”, tem sido explicado de várias maneiras. Poderá ter sido uma muralha dupla cheia de terra, ou uma plataforma sobre a qual se construíram as fortificações.
Quando David transferiu a arca para Jerusalém, colocou-a temporariamente numa tenda. Deus não permitiu que ele construísse um templo. Contudo, David preparou tudo para a sua construção e a eira de Araúna, que ele comprara, foi utilizada para tal efeito, tendo o templo sido construído por Salomão (2Sm 6:17; 2Sm 24:24; 1Cr 28:2, 3, Js 19-21; 2Cr 3:1). Quando David morreu, foi sepultado na cidade de David (1Rs 2:10). Todos os reis de Judá até Acaz foram sepultados no sepulcro real. A localização deste sepulcro ainda é desconhecida, embora uma comparação entre Ne 3:16 e os vers. Ne 3:15 e 3:26 pareça mostrar que ele se situava entre o poço de Siloã e a porta das águas. Foi sugerido que o percurso sinuoso do túnel de Siloã fosse o resultado de se tentar evitar os túmulos reais.
Com Salomão, que era um grande construtor, despontou uma nova era para Jerusalém. A cidade foi alargada para norte e possivelmente para noroeste. O templo, que se encontrava rodeado por um pátio, foi erigido no monte a norte, a oeste da actual Catedral da Rocha que cobre a rocha onde se crê tenha estado o altar das ofertas queimadas (1Rs 6:1-38; 2Cr 3:1). Foi provavelmente entre o templo e a cidade de David que Salomão erigiu um palácio para si (1Rs 7:1), palácio esse, chamado “a casa do rei” (1Rs 9:1). Poderá ter-se tratado de um complexo de estruturas que incluía: ( uma “casa para a filha de Faraó”, que provavelmente fazia parte do harém (1Rs 7:8; 1Rs 9:24), podendo formar com o palácio uma única unidade. Este era provavelmente rodeado por um “outro pátio”, sendo talvez o mesmo local denominado por “meio do pátio” e “pátio da guarda” (1Rs 7:8; 2Rs 20:4; Jr 32:2; etc.); ( um pórtico ou ante-câmara (segundo algumas versões) do juízo (1Rs 7:7), onde se situava o trono; ( um pórtico de colunas, talvez a ante-câmara de audiências (vers. 1Rs 7:6), que era provavelmente uma entrada para a ante-câmara principal, se não se tratasse mesmo de um edifício separado; ( a “casa do bosque do Líbano”, possivelmente assim chamada porque os seus 45 pilares, compostos em três filas, foram construídos em madeira de cedro do Líbano. Salomão acrescentou, assim, toda uma nova zona à cidade e não haverá dúvidas de que a expansão da sua administração trouxe para Jerusalém muitas outras pessoas para quem era preciso providenciar residência. Esta nova zona foi, então, rodeada por uma muralha que circundou “Jerusalém em roda” (cap. 1Rs 3.1; cf. cap. 1Rs 9:1.
Quando o reino se separou depois da morte de Salomão, mais de ¾ do seu reino foram tomados por Judá e Jerusalém perdeu muito da sua importância. Consequentemente, a cidade não voltou a expandir-se durante vários séculos, embora se fizessem algumas reparações de vez em quando, especialmente após alguma batalha. No tempo de Roboão, o filho de Salomão, Sisaque do Egipto conquistou Jerusalém, levando consigo muitos despojos (1Rs 14:25-28; 2Cr 12:2-11). Não se sabe se, nessa altura, a cidade caiu após o cerco, ou se sofreu algum dano, ou ainda se Roboão se rendeu sem luta. Foi também tomada por Joás, de Israel, no tempo do rei Amazias. Joás destruiu cerca de 183 metros da sua muralha ocidental, desde a Porta de Efraim até à Porta de Esquina (2Rs 14:13). Este dano perpetrado contra as fortificações de Jerusalém deve ter sido reparado, embora não esteja registado. Na verdade, não estão registadas quaisquer actividades de reparação ou construção entre os reinados de Salomão e Uzias, com excepção de algumas obras de reparação no templo levadas a cabo por Joás, de Judá (2Rs 12:4-15; 2Cr 24:4-14).
O rei Uzias parece ter sido o primeiro rei em 200 anos a efectuar um qualquer tipo de construção apreciável em Jerusalém. Construiu algumas torres na Porta de Esquina, na Porta do Vale e nos ângulos da muralha (2Cr 26:9). O seu filho Jotão continuou a sua obra e construiu a Porta Superior do Templo, realizando também algumas obras no Muro de Ofel (2Cr 27:3). Do tempo de Ezequias também estão registadas grandes obras de construção. Este rei fez preparações febris para o fortalecimento das fortificações de Jerusalém, a fim de que a cidade fosse capaz de suportar um cerco por parte dos assírios. Construiu um grande túnel entre Giom e o tanque de Siloam (2Rs 20:20; 2Cr 32:4, 30) e, deste modo, conseguiu levar água até à cidade. Nessa mesma altura, ele construiu uma segunda muralha que circundou a parte sul do monte ocidental, tal como mostra a muralha descoberta por N. Avigad, trazendo para dentro das fortificações da cidade o tanque recentemente construído. Reconstruiu também o Milo na antiga cidade de David (2Cr 32:5; Is 22:10, 11).
Embora muitas outras cidades fortificadas de Judá tivessem sido destruídas pelas forças invasoras de Senaqueribe no tempo de Ezequias (2Rs 18:13), Jerusalém foi poupada e emergiu ilesa deste período difícil (cap.2Rs 19:32-36). Manassés, filho de Ezequias, construiu uma segunda muralha a nordeste, perto da Porta do Peixe (2Cr 33:14). Não se sabe se Jerusalém sofreu durante o reinado de Manassés, embora esteja registado que ele foi levado cativo pelos asssírios e que passou algum tempo numa prisão babilónica (vers. 2Cr 11). Poderá ter-se rendido aos assírios sem luta, embora a cidade possa ter sido cercada e capturada. Pouco tempo depois, no reinado de Josias, menciona-se pela primeira vez Jerusalém “na segunda parte” (Heb. mishneh, segundo algumas versões, “colégio”), zona na qual Hulda, a profetisa, morava (2Rs 22:14; 2Cr 34:22; cf. Sf 1:10). Não é certo se isto se refere à nova zona acrescentada a Jerusalém por Manassés, ou à zona noroeste já fortificada no tempo de Salomão.
O bom rei Josias fez reparações adicionais no templo (2Rs 22:3-7; 2Cr 34:8-13) e durante o seu reinado, Jerusalém experimentou uma grande reforma religiosa. Contudo, a sua morte repentina pôs fim a este último reavivamento espiritual e os seus sucessores caíram na idolatria e na impiedade. Como resultado, Jerusalém foi capturada três vezes num período de vinte anos: primeiro em 605 AC durante o reinado de Joaquim (Dn 1:1, 2); depois em 597 AC, altura em que Joaquim foi levado cativo (2Rs 24:10-16); e finalmente em 586 AC, no décimo-primeiro ano de Zedequias, quando Jerusalém foi destruída após um longo cerco e Zedequias foi levado cativo para Babilónia, com a maior parte da população de Judá (cap. 2Rs 25:1-21).
Depois de Jerusalém ter permanecido em ruínas durante cerca de cinquenta anos, regressou de Babilónia o primeiro grande grupo de cativos conduzido por Zorobabel. Isto aconteceu provavelmente em 536 AC, setenta anos (inclusive) depois da primeira deportação em 605 AC (ver Jr 25:11, 12; Jr 29:10). Este grupo logo se predispôs a reconstruir o templo mas eles experimentaram tanta oposição por parte dos samaritanos, para além de outras dificuldades, que a obra só terá realmente começado no segundo ano de Dario I, em 520/19 AC; o templo ficou finalmente pronto e foi dedicado a Deus em 515 AC, no sexto ano de Dario I (Ed 1:1-4; Ed 3:1-13; Ed 4:1-5, 24; Ez 5:1 a 6:16). No sétimo ano de Artaxerxes I, Esdras foi autorizado a levar consigo para Jerusalém um segundo grupo de cativos (Ed 7:6 a 8:32). Ele reorganizou a província e estabeleceu uma administração baseada na lei judaica em 457 AC. Foi provavelmente nos anos que se seguiram que os judeus de Jerusalém começaram a reconstruir a muralha da cidade. Contudo, mais uma vez, foram impedidos pelos seus inimigos (Ne 1:3), até que Neemias conseguiu que Artaxerxes I o nomeasse governador. Neemias foi para Jerusalém em 444 AC e terminou as obras de reparação em algumas semanas, apesar dos muitos obstáculos (cap. Ne 2:1 a 4:23; Ne 6:15).
A muralha de Neemias, sobre a qual existe informação detalhada (Ne 2:12-15; Ne 3:1-32; Ne 12:27-40), parece ter seguido a muralha da Antiga Cidade, tal como era na altura em que Jerusalém foi destruída por Nabucodonozor. Na sua descrição, ele menciona a maior parte das portas da cidade, assim como outras características topográficas, embora nem todas possam ser definitivamente identificadas. As localizações das várias portas da cidade, torres e outras estruturas referidas por Neemias são mencionadas sob os seus respectivos nomes em artigos separados.
Pouco se sabe da história de Jerusalém nos 250 anos que se seguiram a Neemias. Josefo relata uma discussão que teve por base o sumo sacerdócio e durante a qual Joanã matou o seu irmão no templo. Por causa disso, o governador persa castigou severamente a nação. Josefo também fala de uma visita de Alexandre, o Grande, a Jerusalém, altura em que a profecia de Daniel (aparentemente o cap. 8) lhe foi explicada. De acordo com Josefo, isto causou-lhe uma tal impressão, que ele se tornou amigo dos judeus. No tempo dos sucessores de Alexandre, Jerusalém foi uma capital administrada pelos sumos sacerdotes, umas vezes sob a soberania dos Ptolomeus do Egipto e outras sob o domínio dos Seleucidas da Síria.
Durante este período, Jerusalém foi grandemente influenciada pelo helenísmo. A língua, o modo de pensar, o modo de vestir e os costumes gregos tornaram-se moda, especialmente entre as classes dominantes que estavam em contacto directo com os estrangeiros. Uma facção, conhecida por Helenizadores, quis tornar Jerusalém numa cidade grega, tal como muitas outras fundadas ou reconstruídas pelos governantes helenísticos das áreas vizinhas. Para isso, criaram um ginásio grego e também implementaram os jogos atléticos. Mas o povo judeu opôs-se desesperadamente quando um dos governantes seleucidas, Antíoco IV Epifânio, fez uma tentativa determinada para helenizar os judeus à força, profanando o templo ao sacrificar animais impuros às deidades pagãs. Este facto esteve na origem da revolta macabeia e das guerras entre os sírios e os judeus, guerras das quais os macabeus saíram vencedores. Quando fizeram de Jerusalém a capital da sua nação independente, deu-se um grande crescimento, quer físico, quer em importância. A primeira mudança ocorreu quando Judas Macabeu tomou Jerusalém em 165 AC e rededicou o templo a Deus. Alguns anos mais tarde, o seu irmão Simão capturou a cidadela - Acra -, que parece ter-se localizado a sul do templo. Destruiu-a completamente, assim como o topo do monte onde ela se situava, usando os escombros para cobrir o Vale Tyropoeon Central, que se localizava entre as cordilheiras ocidental e oriental da cidade. Os governantes macabeus da Judeia construíram um palácio no monte ocidental que, nessa altura, se encontrava incluído no sistema defensivo da cidade. Construíram também uma cidadela a norte do templo, mais tarde conhecida por castelo, ou torre, de Antónia.
Pompeu e o seu exército romano capturaram Jerusalém em 63 AC, derrubando parte da sua muralha. Crassus saqueou o templo em 54 AC e os parcianos pilharam a cidade em 40 AC. Três anos mais tarde, Jerusalém foi capturada por Herodes, o Grande. Este restaurou as muralhas e adornou a cidade com muitas novas estruturas, tais como um palácio com três torres, chamadas Hippicus, Phasaelus e Mariamne (onde a “Cidadela “ agora se situa), um ginásio, um hipódromo e um teatro. Reconstruiu também a fortaleza conhecida por “a torre”, ou “castelo” (segundo algumas versões), ou “barracas” (segundo outras versões) de Antónia (At 21:34, 37; At 22:24; etc.). Nesta altura, o templo tinha cinco séculos e precisava urgentemente de reparações. Herodes queria mais do que repará-lo; ele planeava reconstruí-lo completamente. Isso implicava muitas alterações nas muralhas e fortificações do templo. Esta sua mais ambiciosa obra começou em 20/19 AC. O edifício central do templo ficou completamente construído em dezoito meses mas as outras construções da grande área do templo só terminaram por volta de 64 DC, dois anos antes do eclodir da revolta judaica contra os romanos.
Arquelau, o sucessor de Herodes, não realizou grandes construções mas Agripa I edificou o que ficou conhecido por terceira muralha. Alguns pensam que seguiu o percurso das muralhas norte e ocidental da actual Antiga Cidade, até à Porta de Jafa. Outros, contudo, acreditam que a terceira muralha percorre cerca de 460 metros a norte da actual Antiga Cidade, onde partes da velha muralha foram escavadas em vários locais, podendo, por isso, ser seguida durante alguns metros. Outros mantêm que a terceira muralha foi uma estrutura erigida à pressa no século II DC, por altura da revolta de Bar Cocheba.
No tempo de Herodes, o Grande (37-4 AC), no tempo do seu filho Arquelau (4 AC - 6 DC) e no tempo de Agripa I (41-44 DC), Jerusalém foi a capital do país mas não durante os dois períodos em que os procuradores romanos governaram a Judeia (6-41 DC e 44-66 DC). Estes fizeram de Cesareia a sua capital e só iam a Jerusalém durante as festas mais importantes, para o caso de surgirem problemas. Geralmente, só uma guarnição se encontrava estacionada no castelo de Antónia, a fim de garantir a lei e a ordem na cidade.
Quando eclodiu a revolta contra Roma na primavera de 66 DC, muito sangue foi derramado em Jerusalém. Sob a administração de Gessius Florus, o último procurador da Judeia, os judeus começaram a massacrar os gentios e estes passaram também a massacrar os judeus, até que toda a semelhança de ordem e governo desapareceu. Cestius Gallus, o emissário da Síria tomou o comando da Judeia e no outono de 66 DC marchou contra Jerusalém. Embora a certa altura tivesse atingido a muralha norte do templo, foi repelido e, por alguma razão desconhecida, retirou-se, perdendo muitos dos seus soldados nesse processo de retirada. Os cristãos, lembrando-se do aviso de Jesus (Mt 24:15-20), aproveitaram a oportunidade para saírem de Jerusalém, encontrando refúgio em Pela, na Pereia. Desde o final do ano 66 DC até à primavera de 70 DC, Jerusalém não sofreu qualquer ataque directo por parte dos romanos. Vespasiano, ao chegar ao país em 67 DC, seguiu o seu plano de o submeter ao seu controlo, permitindo que as várias facções políticas em Jerusalém se guerreassem, tornando-se, deste modo, cada vez mais fracas. Em 69 AC, quando Vespasiano foi proclamado imperador, a maior parte da Palestina encontrava-se nas mãos dos romanos mas transformara-se num deserto. Tito, o filho de Vespasiano, tomou o comando do exército e preparou-se imediatamente para capturar Jerusalém, a forte capital da Judeia.
Durante os três anos de guerra com Roma, houve um grande influxo de pessoas que entrou em Jerusalém. Tinham chegado à cidade, sem cessar, ondas de refugiados, entre os quais se encontravam grupos de soldados pertencentes a diferentes facções e comandados por líderes rivais. João de Gischala, na Galileia, era o líder dos zelotes, que se estabeleceram na zona baixa do templo. Simão bar Giora, o líder dos saqueadores, ocupou a zona superior da cidade; e Eleazer, filho de Simão, também um líder rebelde, tomou conta da parte superior do templo. Quando Tito deu início ao cerco de Jerusalém, com 80.000 soldados romanos, em Abril de 79 DC, os três líderes e os seus seguidores encontravam-se envolvidos em batalhas sangrentas uns contra os outros. Foram lutas implacáveis que duraram todos os cinco meses do cerco romano, em que uma secção após outras foi capturada e a fome imperava. Mais de 100.000 judeus morreram na cidade entre o início de Maio e o final de Julho. Nessa altura, o castelo de Antónia foi tomado e os sacrifícios do templo terminaram. Em Agosto, de acordo com o relato de Josefo, o templo foi conquistado e, novamente sob o comando de Tito, foi queimado. O monte a sudoeste de Jerusalém, chamado “A Cidade Superior”, caiu nas mãos dos romanos em Setembro. Josefo declara que mais de um milhão de judeus perdeu a vida durante o cerco de Jerusalém e que outros 97.000 foram feitos prisioneiros, entre os quais se encontravam João de Gischala e Simão bar Giora. A cidade foi arrasada para que o mundo visse que até as mais fortes muralhas não podiam suster o exército romano. Somente três torres do palácio de Herodes e parte da muralha ocidental permaneceram de pé como monumentos da anterior glória de Jerusalém e a fim de servirem como posto militar para a guarnição romana.
Jerusalém recuperou lentamente desta catástrofe mas quando o imperador Adriano a refortificou e começou a reconstruí-la como cidade gentílica, os judeus revoltaram-se novamente, desta vez sob o comando de Bar Cocheba, em 132 DC. Depois que esta revolta foi esmagada em 135 DC, a reconstrução da cidade foi retomada e terminada e todos os judeus foram banidos de lá. O seu nome passou a ser Colonia Aelia Capitolina, indicando que era uma colónia romana assim denominada em honra de Adriano, cujo nome completo era Publius Aelius Hadrianus, tendo também sido dedicada a Jupiter Capitulinus. O templo a este deus romano foi construído no local do antigo templo. Os cristãos também se instalaram em Jerusalém e no século IV, esta tornou-se praticamente numa cidade cristã. Helena, mãe de Constantino, construiu uma igreja no Monte das Oliveiras em 326 DC e em 333 DC, Constantino construiu a Igreja do Santo Sepulcro no local onde, supostamente, Jesus terá ressuscitado. A interdição contra os judeus foi levantada nessa altura.
Em 614 DC, os persas, sob as ordens de Chosroes II, capturaram Jerusalém, destruíram a Igreja do Santo Sepulcro, massacraram milhares dos seus habitantes e levaram cativos outros tantos milhares. A cidade foi recapturada pelo imperador romano Heraclio quatorze anos mais tarde, rendendo-se aos árabes sob o comando de Omar em 638 DC. Desde então e na maior parte do tempo, esteve sob domínio muçulmano. O local onde o templo de situava tornou-se num valado muçulmano sagrado chamado Haram esh-Sherîf, onde se encontra o terceiro santuário muçulmano mais sagrado, a Catedral da Rocha (erradamente apelidada de Mesquita de Omar). Encontra-se no local onde se acredita ter-se situado o altar de bronze de Salomão. Na extremidade sul do valado está a Mesquita el-Aqsa. Embora existissem períodos em que os cristãos foram humilhados em Jerusalém, no seu todo não foram muito maltratados, sendo geralmente tolerados. A situação mudou quando os bárbaros turcos, denominados por Seljuk, tomaram Jerusalém em 1077 DC. Toda a Europa se mostrou indignada com as humilhações que os cristãos sofreram na Santa Cidade. Daí resultaram as cruzadas. Em 1099 DC, Jerusalém foi conquistada, sendo aí estabelecido um reino cristão que durou 88 anos. Em 1187, Saladim, sultão do Egipto e da Síria, tomou a cidade e reconstruiu as suas fortificações. Jerusalém foi devolvida aos cristãos por mais dois períodos: primeiro em 1229 DC, quando o Imperador Frederico II da Alemanha a obteve para si por meio de um tratado e os cristãos a mantiveram em seu poder durante dez anos e novamente em 1243 DC, quando foi incondicionalmente dada aos cristãos. Mas um ano mais tarde, foi tomada pelos turcos Khwarazm, depois caiu nas mãos dos egípcios e, em 1517, os turcos otomanos conquistaram-na, mantendo-a em seu poder até 1917, quando Jerusalém se rendeu aos britânicos, sob o comando do General Allenby. A actual muralha que rodeia a chamada Velha Cidade foi construída pelo sultão turco Suleiman, o Magnífico, em 1542. No tempo em que a Palestina foi um território sob governação britânica (1923-1948), Jerusalém foi a sua capital. Durante a guerra judaico-árabe em 1948, houve uma grande batalha em Jerusalém e o bairro judaico da Velha Cidade murada foi completamente destruído. Entre 1948 e 1967, a cidade foi dividida. A parte principal da cidade actual fora das muralhas, situando-se na sua maioria a oeste da Velha Cidade, ficou nas mãos dos israelitas e tornou-se na capital do Estado de Israel. A sua população, em 1967, elevava-se a cerca de 200.000 pessoas. A Velha Cidade, dentro das muralhas, ficou na posse dos árabes, formando parte do Reino Hachemita do Jordão. A nova cidade árabe espalhou-se para norte da Velha Cidade. A zona de Jerusalém na posse dos árabes possuía uma população de cerca de 70.000 pessoas em 1967. Como resultado da vitória israelita na guerra dos seis dias em 1967, Jerusalém foi reunificada e o bairro judaico que, dentro da Velha Cidade se encontrava destruído, foi reconstruído e repovoado pelos judeus. O estado legal da cidade não será decidido até que seja conseguido um ajustamento político para o país.
III - História da Investigação Arqueológica em Jerusalém - A obra arqueológica tem sido levada a cabo em Jerusalém há mais de cem anos; por um lado, tem sido realizada por eruditos aí residentes, sacerdotes e outros e, por outro lado, por escavações organizadas. Ao primeiro grupo pertence Charles Clermont-Ganneau (1846-1923), que foi para Jerusalém em 1867 e viveu no Oriente durante vários anos. As suas descobertas, estudos topográficos e publicações tornaram-se num bom fundamento sobre o qual os outros eruditos construíram. Entre as suas mais importantes descobertas encontram-se as Inscrições Gregas de Aviso, que Herodes colocou no Templo, e duas inscrições tumulares do tempo de Ezequias, encontradas em Silwan. Um outro residente em Jerusalém durante muitos anos, um arquitecto, o Dr. Conrad Schick (1822-1901), foi incansável nas suas investigações, a fim de reconstruir a história antiga da Cidade Santa. Gustaf Dalman (1855-1941), o director do Instituto Arqueológico Alemão em Jerusalém, entre 1902 e 1914, L.-H. Vincent, da Escola Bíblica Francesa, durante meio século e W. F. Albright, durante dez anos director da Escola Americana de Investigação Oriental em Jerusalém ocupam o primeiro lugar entre os que clarificaram a extremamente difícil história arqueológica da Jerusalém antiga.
As escavações sistemáticas iniciaram-se em 1867, quando Charles Warren trabalhou em Ofel para o recentemente formado Fundo de Exploração da Palestina. Através de profundos poços e túneis (para cima de 25 metros), ele localizou parte do que restava das primeiras muralhas. Às suas descobertas pertence a “muralha Warren de Ofel”, a sul da esquina sudeste de Haram esh-Sherîf, que data do tempo do antigo Israel. Descobriu também o poço que os jebuseus cavaram, a fim de providenciarem um acesso que fosse desde a cidade até à nascente de Giom. Fez também escavações junto à Porta da Corrente, em Haram esh-Sherîf, que provaram que a rua actual que dá acesso à Porta se dirige para o “Arco de Wilson”, um antigo viaduto que cruza o Vale Tyropoeon. Entre 1880 e 1881, Hermann Guthe, assistido por Conrad Schick, levou a cabo algumas escavações à volta da saída do túnel de Siloam, na vertente sul do monte a sudeste, pondo a descoberto porções da antiga muralha da cidade, na encosta este do monte a sudeste. Entre 1894 e 1897, Bliss e Dickie exploraram as fortificações a sul da antiga cidade para o Fundo de Exploração Palestiniano. Descobriram a antiga muralha a sudeste do Tanque de Siloam, puseram a descoberto a muralha que atravessava o Vale Tyropoeon, muralha essa que continuava pelas encostas a sul do monte a sudoeste. Durante as escavações clandestinas levadas a cabo, entre 1909 e 1911, pelo Capitão M. Parker (que procurava os tesouros escondidos do Templo), foi desimpedido o túnel de Siloam e L.-H. Vincent foi capaz de indicar no mapa este túnel e também outras partes dos antigos sistemas de água ligados à nascente de Giom. Em 1913, Raymond Weil deu início a umas escavações ambiciosas para o Barão E. de Rothschild, planeando sistematicamente colocar a descoberto toda a zona sul do monte a sudeste. O eclodir da Primeira Grande Guerra logo pôs termo a esta obra. Mas ele descobriu na parte sul do monte a sudeste uma grande torre redonda, provavelmente de origem hebraica. Encontrou também uma inscrição grega da sinagoga de Teodoto. Continuou as suas escavações durante mais uma época (1923 a 1924), durante as quais descobriu uma parte da muralha sul, colocando também a descoberto um túmulo que poderá ter pertencido à necrópole real dos reis de Judá; uma vez que os túmulos desta área há muito que se encontravam todos destruídos e não existia material que não tivesse sido estratigraficamente perturbado, a sua natureza continua incerta. Macalister e Duncan escavaram a zona este de Ofel entre 1923 e 1925 para o Fundo de Exploração da Palestina. A sua principal descoberta foi uma parte de uma fortaleza e de uma torre confinante, que eles interpretaram como pertencendo às fortificações jebusaicas e davídicas e que investigações posteriores mostraram que datavam do tempo de Neemias. Outra escavação importante, efectuada para a Escola Britânica de Arqueologia na Palestina e para o Fundo de Exploração da Palestina, foi levada a cabo por J. W. Crowfoot e G. M. Fitzgerald na zona ocidental do monte a sudeste em 1927. Eles descobriram uma porta da cidade, talvez a “Porta do Vale” do VT, com uma estrada que ia desde esta porta até ao Vale Tyropoeon.
A norte, foram levados a cabo três importantes empreendimentos. Entre 1925 e 1927, Sukenik e Mayer, da Universidade Hebraica de Jerusalém, puseram a descoberto grandes porções da muralha que se situava mais a norte e que eles denominaram por “a terceira muralha”. Outros sectores desta muralha têm vindo a ser descobertos e escavados ocasionalmente desde então. Johns, do Departamento Britânico de Antiquidades, efectuou escavações dentro da Cidadela entre 1934 e 1940, mostrando que as torres do palácio de Herodes se situavam sobre as fundações que remontavam aos tempos helenísticos. Novas escavações levadas a cabo por R. Amiran e A. Eitan entre 1968 e 1969 aperfeiçoaram e completaram o quadro apresentado por Johns. Entre 1937 e 1938, Hamilton, também do Departamento de Antiquidades, levou a cabo algumas sondagens fora da muralha a norte da actual Antiga Cidade e da Porta de Damasco. As escavações efectuadas junto desta porta foram retomadas por Hennessy entre 1964 e 1966. Mostraram que a actual Porta de Damasco se encaixa numa estrutura que foi originalmente construída por Agripa I no século I DC e que foi, mais tarde, reconstruída por Adriano no século II.
Também foram levadas a cabo escavações dentro da cidade, principalmente em conventos e igrejas. Estas escavações esclareceram algumas questões relativas à extensão da Torre de Antónia, à cidade do tempo de Constantino e às estruturas erigidas no seu tempo.
Têm sido efectuadas escavações, com resultados extremamente importantes, desde 1961, primeiro por K. Kenyon até 1967 e desde a guerra dos seis dias, em 1967, por arqueólogos judaicos. Só aqui serão mencionadas as mais importantes.
As escavações de Kenyon clarificaram e corrigiram descobertas anteriores das fortificações antigas na zona este de Ofel. Ela descobriu as muralhas jebusaicas e davídicas da antiga Jerusalém e provou que as ruínas das fortificações (que se pensavam ser do tempo dos jebuseus e de David) foram, de facto, erigidas por Neemias.
Em Muristan, a sul da Igreja do Santo Sepulcro, foi escavado um fosso no leito de uma rocha, mostrando que esta área se situava fora das muralhas da cidade no tempo de Cristo. Estas provas foram mais tarde confirmadas por escavações levadas a cabo por U. Lux durante as obras de restauro da Igreja Luterana do Redentor, que se situa entre Muritan e a Igreja do Santo Sepulcro. Estas descobertas mostraram que o Santo Sepulcro, construído no século IV e no local que os cristãos contemporâneos consideravam como sendo o lugar onde a crucificação e o sepultamento de Cristo aconteceram, se localizava num sítio que, no tempo de Cristo, ficava fora da cidade. Portanto, é possível que este local tradicional seja o local dos sofrimentos e ressurreição de Cristo.
As escavações efectuadas por Mazar desde 1968 a oeste e a sul da área do templo colocaram a descoberto, para além das ruínas da Jerusalém bizantina e islâmica, importantes achados da cidade herodiana do tempo de Cristo. Estes achados incluíam umas escadas monumentais com 64 metros de largura e que iam desde Ofel, a zona baixa de Jerusalém, até à Porta de Hulda, que dava acesso à área do Templo, para quem vinha do sul.
As escavações realizadas no bairro judaico da Cidade Velha desde 1969 sob a direcção de Avigad mostraram as ruínas de várias casas destruídas em 70 DC. Ainda continham muitos dos seus utensílios e móveis. A mais importante descoberta, contudo, foi uma secção da muralha da cidade, erigida no século VIII AC provavelmente pelo rei Ezequias, que cercou a nova área situada no monte ocidental de Jerusalém. Foram escavados cerca de 65 metros desta muralha, que tem cerca de 7 metros de largura e que foi preservada até uma altura de 3 metros. Também foi descoberta por Avigad uma torre pertencente à muralha ocidental de Jerusalém e que se provou ter sido destruída pelos babilónios em 586 AC. Estas descobertas necessitaram da correcção do plano da antiga Jerusalém.
IV - Os Resultados de Um Século de Investigações Arqueológicas em Jerusalém - Embora ainda não tivessem sido resolvidos muitos dos problemas históricos e topográficos, poderão mencionar-se alguns resultados positivos. A localização e tamanho da Jerusalém jebusaica e da Cidade de David foram estabelecidos com toda a certeza. Também o percurso das muralhas dessa cidade mais antiga e a localização de algumas das suas portas podem agora ser conhecidos. As obras relativas ao transporte de água efectuadas pelos jebuseus e por Ezequias foram exploradas. Também a extensão aproximada da área do templo e a localização do templo dentro dessa área foram estabelecidas. Igualmente conhecidas são a localização e extensão da Torre de Antónia, do palácio de Herodes, do tanque de Betesda, do tanque de Siloam, da nascente de Giom, do poço de Enrogel e dos Vales Cedrom e Hinom. Ainda por conhecer está a maior parte do percurso exacto das muralhas da cidade durante os vários períodos da história da antiga Jerusalém.
( Seventh-Day Adventist Bible Dictionary )