segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Dons Espirituais - Módulo 2


DONS ESPIRITUAIS - Módulo 2

O QUE SÃO OS DONS E QUAIS OS DISPONÍVEIS PARA A IGREJA HOJE?

Todo crente possui dons espirituais, como também toda igreja local. Muitos desses talentos, porém, continuam enterrados, como aquele talento não usado, do capítulo 25 de Mateus; mas estes dons podem ser desenterrados e usados para a glória de Deus, visando o desenvolvimento da igreja local.

As Três Listas Chaves

A grande maioria dos dons espirituais mencionados na Bíblia encontra-se em três capítulos principais: Rm 12, I Co 12 e Ef 4. Há ainda outros textos importantes, cujas informações preenchem outros importantes detalhes: I Co 13-14, I Pe 4, I Co 7 e Ef 3. Começaremos a reunir a lista fundamental, usando os três capítulos básicos. As palavras entre parênteses são traduções variantes de uma mesma palavra grega.

Romanos 12 menciona os seguintes dons espirituais:

a) Profecia (pregação, declaração inspirada)
b) Serviço (ministério)
c) Ensino (comunicação de princípios bíblicos)
d) Exortação (estímulo à fé, encorajamento)
e) Contribuição (doação, generosidade)
f) Liderança (autoridade, governo, administração)
g) Misericórdia (simpatia, consolo, bondade)

I Coríntios 12 adiciona:

h) Sabedoria (conselho sábio, palavra sábia)
i) Conhecimento (falar com propriedade)
j) Fé (crer na intervenção divina)
k) Cura (sarar mágoas e doenças físicas)
l) Milagres (realização de grandes feitos)
m) Discernimento de espíritos (percepção espiritual)
n) Línguas (falar em línguas nunca aprendidas)
o) Interpretação de línguas (tradução compreensiva)
p) Apóstolo
q) Socorro
r) Administração (governo, presidência, liderança)

Efésios 4 adiciona:

s) Evangelista (missionário, pregador da salvação em Cristo)
t) Pastor (ministrar ao povo de Deus)

Estas três listas básicas fornecem-nos vinte dons espirituais distintos. Uma coisa torna-se evidente de imediato – nenhuma dessas listas é completa. Há dons mencionados em Efésios que também são mencionados em Romanos; e alguns dos dons mencionados em Romanos são mencionados em I Coríntios; e alguns dos dons mencionados em I Coríntios são mencionados em Efésios. Ao que tudo indica, esses catálogos não tencionam ser listas completas dos dons que Deus confere. E poderíamos concluir que, não sendo completas nenhuma dessas três listas em si mesmas, provavelmente todas elas juntas também não o são.

A própria Bíblia confirma ser essa uma conclusão correta. Há pelo menos outros cinco dons mencionados no NT:

21o. Celibato (continência, abstinência sexual)
22o. Pobreza voluntária (desprendimento material)
23o. Martírio (submissão ao sofrimento)
24o. Hospitalidade (alegria em receber pessoas)
25o. Missões (amor dedicado a outras culturas)

Até aqui mencionamos 25 dons espirituais, somando as três listas incompletas e acrescentando outros cinco dons. Peter Wagner acrescenta ainda outros dois dons:

26o. Intercessão (oração, súplicas e louvor)
27o. Libertação (batalha espiritual)

Há autores que alistam ainda mais dons! Christian A. Scwarz apresenta uma lista com 30 dons, acrescentando três aos já alistados: Criatividade Artística, Habilidade Manual e Música.



Dons e Chamado

Muitos cristãos ficam angustiados porque não sabem para que Deus os chamou, e há outros que chegam a pensar que Deus tem prazer especial em nos chamar para realizar tarefas que não combinam com os nossos dons. Deus não chama ninguém para realizar uma tarefa para a qual ele não o capacitou. Por outro lado, se você descobrir quais são os seus dons estará muito próximo de saber também para que atividade Deus o chamou.

Vejamos alguns textos bíblicos que nos ajudam a entender a questão da vocação com que Deus nos chamou:

a) I Co 1:26-31 ________________________________________
b) Ef 4:1-7 ____________________________________________
c) II Tm 1:8 e 9 _______________________________________
d) 2 Pe 1:10 ___________________________________________



Quantos dons existem, afinal de contas?

As listas de dons no Novo Testamento ilustram o fato de que Deus revestiu cada igreja com os dons específicos de que ela precisa para as tarefas que Ele atribuiu a elas. Será, então, que Deus pode hoje nos dar dons espirituais que a Bíblia não menciona? Na opinião de Schuwarz, sim.

Este autor afirma já ter encontrado cristãos obcecados pela idéia de que cada dom mencionado na Bíblia deve ser exercido na sua igreja e que para eles é mais importante ter todos os dons do que realizar as tarefas que estão diante da sua igreja.

Ele conclui o assunto afirmando que em vez de nos forçarmos a “ver” todos os dons mencionados no NT em cada igreja local, é mais saudável partir das tarefas que estão a serem realizadas por uma igreja local. Assim, nem toda igreja precisa ter todos os dons, mas toda igreja deveria usar os dons que tem para realizar a tarefa que lhe é imposta pela situação em que se encontra.

Acerca de quais dons espirituais estão em vigor em nossos dias, para Peter Wagner, é uma questão menos importante. Ele conclui que assim como Deus concede conjuntos de dons específicos para diferentes pessoas, assim também Ele outorga diferentes conjuntos de dons para diferentes igrejas e denominações. Segundo Wagner, igrejas com diferentes filosofias de ministério fazem parte de uma bela variedade que Deus tem embutido no Corpo Universal de Cristo. Visto que as pessoas são tão diferentes, as igrejas também precisam ser diferentes, se vão conquistar os incrédulos para Cristo, tornando-os membros responsáveis.

Sendo Deus quem distribui os dons, tanto a igrejas como a crentes, então as igrejas e as denominações deveriam aceitar aquilo que Deus lhes tem conferido, sem qualquer orgulho, inveja, senso de culpa ou sentimento de inferioridade. Qualquer que seja o conjunto de dons que Deus escolheu para você e sua igreja, trata-se de um complexo adequado ao crescimento.



Que combinação de dons você tem?

Ao escrever sobre a combinação de dons, Schwarz conta que conhece uma irmã que tem o dom do evangelismo, da profecia e da misericórdia. Conhece outra que tem o dom do serviço e da hospitalidade e outra pessoa que tem o dom de cura, do ensino, do serviço e da misericórdia. Há uma outra pessoa ainda que tem o dom do aconselhamento. É maravilhoso, conclui ele, que Deus tenha revestido diferentes cristãos de dons tão diversos.

Ninguém tem o direito de se vangloriar dos seus dons, pois cada pessoa no Corpo depende também dos dons dos outros (Rm 12:3, I Co 12:21-23). Cada cristão tem uma combinação diferente de dons.



Entendendo alguns dos dons espirituais

a) Martírio (23o.): No que consiste o dom do martírio? Peter Wagner faz uma brincadeira afirmando que é o dom que só pode ser usado uma vez pelo crente! Depois ele explica que ter este dom é mais do que simplesmente morrer pela fé. O dom do martírio é uma capacidade que Deus tem dado a certos membros do Corpo de Cristo, para sofrer, pela fé, até mesmo a morte, ao mesmo tempo em que exibe uma atitude jubilosa e vitoriosa, que redunda na glória de Deus.

Em 1943, na Bolívia, cinco missionários da Missão Novas Tribos entraram nas selvas para fazer contato com os índios “ayore”, para nunca mais serem vistos. Um outro missionário que conhecia bem aquela área alertara a equipe da Missão Novas Tribos: “Se vocês não levarem armas, não voltarão vivos”. Mas os missionários replicaram que prefeririam morrer para glória de Deus a carregar consigo armas de fogo.

Estevão, da primitiva igreja de Jerusalém, morreu como mártir. Não possuímos evidências suficientes para saber se ele possuía ou não o dom de martírio, embora suas palavras finais, “Senhor, não lhes imputes este pecado” (At 7:60), possam indicar precisamente isto. Mas sabemos que a morte dele resultou num crescimento tremendamente acelerado da Igreja, por toda a Judéia, Samaria e até mesmo entre os gentios, em Antioquia da Síria.

Um dos assassinos dos cinco missionários da Novas Tribos mais tarde teve um encontro com Cristo e tornou-se um dos anciãos da igreja dos índios “ayore”. O bem conhecido lema: “o sangue dos mártires é a semente da igreja” expressa o relacionamento que esse dom espiritual pode ter no que concerne ao crescimento da igreja.



b) Hospitalidade (24o.): A hospitalidade, da qual nos fala I Pedro 4:9, pode ser definida mais literalmente, por “amor aos estrangeiros”, e algumas pessoas, sem dúvida, têm uma capacidade especial de fazer isso, com vistas à glória de Deus e o desenvolvimento da igreja. O dom da hospitalidade é aquela capacidade especial que Deus que Deus dá a um certo número de membros do Corpo de Cristo para proverem abrigo e uma calorosa recepção para aqueles que estão necessitados de alimento e abrigo.

Os que recebem esse dom não somente têm essa capacidade, mas também amam agir desse modo e se sentem mais felizes com hóspedes em casa do que quando estão sem eles. Essa é uma capacidade sobrenatural, dada a somente alguns poucos crentes.

O crescimento da Igreja durante o império romano, nos dias do NT, dependia muito da hospitalidade. Imperavam condições de viagem muito diferentes das de hoje. A hospitalidade é, também, muito útil no crescimento das igrejas de hoje, quando o esforço evangelístico gira em torno de estudos bíblicos em reuniões nos lares.



c) Intercessão (26o.) Certos crentes têm a capacidade de orar por extensos períodos de tempo, recebendo respostas freqüentes e específicas para as suas orações, em um grau muito maior do que aquilo que se espera do crente comum. Esse é o dom da intercessão. Quanto tempo por dia, uma pessoa com o dom de intercessão gasta em oração? Talvez oito horas, talvez somente quatro, responde Peter Wagner. Ele conta de uma senhora, Bernice Watne, de Iowa, que depende de uma cadeira de rodas, mas que há anos descobriu o seu dom de intercessão.

Passar muito tempo em oração, regularmente, está acima da possibilidade da maioria dos crentes que não possuem esse dom. Mas para aqueles que receberam esse dom, passar tantas horas em oração é a coisa mais agradável que há.

Na oração há um grande poder tendente ao crescimento da igreja.

Fonte www.pregaapalavra.com.br